Braga: alunos que não fizeram exames invadem salas em protesto - TVI

Braga: alunos que não fizeram exames invadem salas em protesto

PSP foi chamada ao local e os estudantes queixaram-se do uso de bastões

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Alunos da Escola Sá de Miranda, em Braga, que não realizaram exame nacional de Português devido à greve de professores invadiram, em protesto, sete das 28 salas preparadas para receber as provas. A PSP foi chamada ao local e os estudantes relataram o usos de bastões por parte da polícia.

Em declarações à Lusa, o professor Ernesto Macedo afirmou que os alunos invadiram «sete salas onde decorria a prova» de Português.

De acordo com o docente, houve uma primeira investida por parte dos alunos, que depois acabaram por sair, contudo, voltaram a invadir as salas da escola, onde ainda permaneciam pelas 10:30.

Um outro professor da mesma escola contou que os alunos andavam a cantar «Grândola, Vila Morena» e o hino nacional pelos corredores do estabelecimento de ensino.

Os estudantes que se encontravam pelas 11:10 no exterior da Sá de Miranda e que tinham invadido as salas afirmam já ter visto o enunciado do exame e que estão a conseguir comunicar por telemóvel com os colegas que estão a fazer exame.

Pelas 11:15, permaneciam pelo menos três elementos da PSP à porta deste estabelecimento de ensino. Os alunos relataram o uso de bastões por parte da PSP, que questionada pela Lusa escusou-se a comentar. A realização dos exames prosseguiu.

Alunos exigem anulação do exame

Os alunos da escola Sá de Miranda exigem, agora, que o exame de Português seja «anulado» depois dos estudantes que não realizaram a prova, por falta de vigilantes, terem invadido as salas onde esta decorria.

Segundo o diretor da escola, Fausto Farinha, a «invasão» das salas de aula decorreu 15 minutos após o início do exame tendo sido depois retomada «sem que tenha havido mais nenhuma anomalia», além da interrupção do exame.

No entanto, os alunos que estavam nas salas de aula, após terminarem a prova, desmentem o responsável pela escola e garantem que as portas «foram fechadas com recurso à força» e que os alunos que quiseram juntar-se aos colegas em protesto foram ameaçados com «penalizações graves» pelos professores vigilantes.

«O que nós queremos é que o exame seja anulado. Não é justo uns fazerem exames e outros não. Além disso quem fez o exame, como eu, estava tudo menos concentrado tal era o barulho e a incerteza», explicou à Lusa Luísa Silva.

Segundo a presidente da Associação de Estudantes da escola, Sara Ferreira, a PSP foi chamada a intervir e «colocou os alunos na rua de forma ordeira», contrariando a versão de alguns colegas que afirmaram ter «havido bastonadas».

A dirigente associativa explicou que «a intenção não era prejudicar quem estava a fazer exame mas sim garantir que todos realizavam o exame em pé de igualdade».

Para os estudantes «tudo isto era evitado se o Ministério da Educação tivesse adiado o exame».

Questionado sobre se o exame iria, ou não ser anulado, na escola, o diretor respondeu que não cabia a ele tomar essa decisão. «Vamos expor a situação ao júri nacional. A decisão de anular a prova não me compete. Eu apenas relatarei toda a situação», respondeu.

Quanto às queixas de outras irregularidades, o responsável negou que tivessem existido, versão contrariada pelo testemunho de alguns alunos, após a realização do exame.

«A porta da minha sala esteve fechada e com o professor à frente a usar a força para não nos deixar sair. A nossa intenção era juntarmo-nos aos nossos colegas mas eles [professores] disseram que íamos ter penalizações graves e usou a força para fechar a porta e não nos deixarem sair, ao contrário do que o diretor diz», garantiu Gonçalo Monteiro.

O protesto alastrou a outras escolas da cidade havendo relatos, confirmados pela Lusa junto de docentes das instituições, de tentativas de invasão nas escolas Carlos Amarante, Alberto Sampaio e na Escola Secundária de Maximinos.
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