Um em cada cinco portugueses revela atitudes antissemitas - TVI

Um em cada cinco portugueses revela atitudes antissemitas

Nazis atacam cemitério judaico alemão

Ainda assim, Portugal surge no índice melhor classificado do que a Espanha (29 por cento) e a França (37 por cento).

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Um em cada cinco portugueses tem preconceitos em relação aos judeus, concluiu um estudo, que revela ainda que estes são mais frequentes nos homens e na população com mais de 35 anos.

Promovido por uma organização norte-americana de luta contra o antissemitismo, a Anti-Defamation League, o estudo foi feito em 101 países e na Cisjordânia e Faixa de Gaza através de 53.100 entrevistas telefónicas e presenciais e é apresentado como o primeiro inquérito global para aferir o nível e a intensidade da hostilidade contra judeus.

Os inquiridos foram confrontados com 11 estereótipos tradicionalmente associados aos judeus a que tinha que responder «verdadeiro» ou «falso» e seis respostas «verdadeiras» classificavam automaticamente o inquirido como tendo atitudes antissemitas.

Em Portugal, considera o estudo, dos 8,6 milhões de adultos, 1,8 milhões (21 por cento) manifestaram atitudes antissemitas, sendo estas mais frequentes nos homens (22 por cento) e na população com mais de 35 anos.

Mais de metade dos inquiridos portugueses (56 por cento) consideram que os judeus são mais leais a Israel do que a Portugal, mas apenas 11 por cento consideram que as ações de Israel influenciam a opinião que têm sobre os judeus. Destes, mais de 60 por cento sustentam que Israel piora a imagem que têm dos judeus.

Cerca de metade dos inquiridos afirma, no entanto, ter boa ideia quer de Israel (49 por cento), quer da Palestina (44 por cento).

Os portugueses consideram ainda que os judeus têm demasiado poder nos negócios (43 por cento) e demasiada influência nos mercados financeiros (43 por cento).

Quase metade dos inquiridos acha que os judeus continuam a falar demasiado no Holocausto (49 por cento), um acontecimento reconhecido por 87 por cento dos portugueses, que consideram que o número de judeus que morreu foi descrito de forma fiável pela história.

Mais de 10 por cento consideram que o número de judeus mortos foi "largamente exagerado", 11 por cento nunca tinha ouvido falar do Holocausto, que para 01 por cento não passa de um mito.

Os judeus só se preocupam com eles (26 por cento), controlam os negócios mundiais (21 por cento), controlam o governo dos Estados Unidos (23 por cento), pensam que são melhores que todos (21 por cento), controlam os media (17 por cento), são responsáveis pela maioria das guerras (15 por cento) e são odiados pelo seu comportamento (25 por cento) foram outros estereótipos apresentados aos inquiridos.

Mais de metade (51 por cento) considera que os judeus são bem tratados em Portugal e 34 por cento afirmam não existir violência contra judeus no país.

O estudo analisa ainda a atitude dos portugueses em relação à generalidade dos grupos religiosos com aos cristãos a registarem a larga maioria das opiniões favoráveis (82 por cento).

Os restantes grupos religiosos são geralmente bem vistos pelos portugueses, com os muçulmanos a registarem a maior percentagem de opiniões negativas (22 por cento).

A nível mundial, a percentagem de população inquirida que revela atitudes antissemitas é de 26 por cento e quase metade nunca ouviu falar do Holocausto, sendo que 32 por cento consideram tratar-se de um mito.

A Cisjordânia e a Faixa de Gaza com 93 por cento de respostas verdadeiras aos 11 estereótipos encabeçam o índice, seguidas dos países do Médio Oriente e da África do Norte (Iraque, Iémen, Argélia, Líbia, Tunísia).

Na Europa, a Grécia é o país mais antissemita (69 por cento) e a Suécia o menos (4 por cento).

Portugal surge no índice melhor classificado do que a Espanha (29 por cento) e a França (37 por cento).

Três em cada 10 pessoas pensam que os judeus representam entre 1 e 10 por cento da população mundial, enquanto a cifra real se situa nos 0,19 por cento.

Em Portugal vivem atualmente cerca de 3.000 judeus (Censos 2011), como revela a Lusa.
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