Ferreira Torres: testemunha vai «directo» para o MP - TVI

Ferreira Torres: testemunha vai «directo» para o MP

Julgamento de Avelino Ferreira Torres

Regressa do Brasil na próxima semana. E diz que foi o autarca que comprou bilhete de ida e volta

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A testemunha-chave do processo contra o ex-presidente da câmara de Marco de Canaveses disse esta quarta-feira à Lusa que regressa do Brasil na próxima semana e vai «directo» ao Ministério Público contar a sua história.

«Vou para Portugal na terça ou quarta-feira da próxima semana, assim que os ferimentos que sofri o permitam», disse esta quarta-feira José Faria em conversa telefónica com a agência Lusa, alegando ter sido agredido no Brasil.

Acrescentou que, assim que chegar, irá «directo» do aeroporto para o Ministério Público para «contar a novela».

A família de José Faria deu-o como desaparecido no sábado, dia 5 de Abril. Nesse mesmo dia, segundo uma carta de um primo ao Ministério Público, a testemunha-chave encontrou-se com Ferreira Torres em Águas-Santas, concelho da Maia, seguindo depois para o Aeroporto de Madrid, alegadamente levado por um colaborador do ex-autarca do Marco, para apanhar um avião com destino a S. Paulo, Brasil.

Segundo José Faria, o antigo autarca, que começou esta quarta-feira a ser julgado no tribunal do Marco de Canaveses, terá prometido que pagava uma dívida sua de cerca de 13 mil euros às Finanças, caso ele se mantivesse no Brasil até ao final do julgamento. «A minha intenção nunca foi essa. Assim que ele depositasse o dinheiro na minha conta ia logo para Lisboa», disse José Faria à Lusa, acrescentando que apesar de ter enviado o número de identificação bancária (NIB), o depósito nunca foi feito.

Confrontado com a versão da família de José Faria, Avelino Ferreira Torres disse à entrada para o Tribunal que se fosse preciso lhe pagava a viagem de regresso a Portugal. «Já pagou, porque ele comprou um bilhete de ida e volta», contrapôs José Faria.

A testamunha-chave no processo de Avelino Ferreira Torres alegou que o antigo autarca já tinha tentado mandá-lo para o Brasil há cerca de um ano.

«Ele é especialista em exportar testemunhas», acusou José Faria, que diz recear pela própria vida e já pediu protecção policial. «Não sei se vou ter protecção quando chegar a Portugal. Espero bem que sim, porque ele é um homem perigoso. Mas se não tiver vou na mesma. Terei a protecção da minha família».

Sublinhou que está disposto a testemunhar e afirmou: «Não dou mais nenhum tiro na minha cabeça», sem explicar.

Avelino Ferreira Torres começo hoje a ser julgado no Tribunal de Marco de Canaveses por seis crimes: um de corrupção, um de extorsão, três de abuso de poder e um de peculato de uso.
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