Casa Pia: advogada acusa vítimas de prostituição - TVI

Casa Pia: advogada acusa vítimas de prostituição

Ferreira Diniz, outro dos arguidos do processo Casa Pia

Defesa de Ferreira Diniz diz que os jovens tiveram uma postura de prostitutos ao assumirem que mantinham encontros a troco de dinheiro

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A defesa do arguido Ferreira Diniz acusou esta quarta-feira as alegadas vítimas de abusos sexuais do processo Casa Pia de terem uma postura de prostitutos ao assumirem que mantinham encontros a troco de dinheiro.

Os jovens «envolveram-se em esquemas compatíveis com aquilo a que se chama prostituição», alegou a advogada Maria João Costa no seu terceiro dia de alegações finais, onde voltou a insistir na inocência do médico que defende e que está acusado pelo Ministério Público de 12 crimes de natureza sexual.

As perícias revelaram que as testemunhas foram vítimas «até muito depois das datas em que disseram terem terminado os abusos», acrescentou na sessão do Tribunal Criminal de Monsanto, Lisboa.

«Os jovens [à altura dos abusos] colocando-se com uma idade mais jovem, colocaram-se no estatuto de vítima, o que àquela altura no país era aceitável» e «cedo perceberam que esse papel podia ser aceite e não censurado» pela opinião pública, reforçou a advogada.

Considerou ainda que os jovens estavam condicionados em Tribunal pelas acusações que fizeram anteriormente aos arguidos e, para as manter, «não repuseram a verdade dos acontecimentos», que a advogada entende que seria a ilibação do seu cliente e dos restantes acusados.

«Esteve à beira de acontecer algumas vezes, mas havia um cordão de segurança à sua volta que o impedia», afirmou, numa alusão à Comunicação Social, à própria Casa Pia, aos psicólogos que os acompanhavam e aos investigadores.

Realçou ainda que os jovens não falaram aos seus educadores e psicólogos dos abusos que lhes teriam sido infligidos pelos arguidos, mas referiram-se a outros ocorridos anteriormente.

Além do médico Ferreira Diniz, estão a ser julgados neste processo, que dura há mais de quatro anos, o ex-motorista da Casa Pia e único a confessar crimes, Carlos Silvino, o apresentador de televisão Carlos Cruz, o embaixador Jorge Ritto, o advogado Hugo Marçal, antigo provedor-adjunto da instituição Manuel Abrantes e Gertrudes Nunes, dona de uma casa em Elvas onde terão decorrido abusos de jovens alunos casapianos.
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