Terreno doado a Isaltino a «título pessoal» - TVI

Terreno doado a Isaltino a «título pessoal»

Isaltino Morais (arquivo)

O ex-primeiro-ministro de Cabo Verde considerou, em tribunal, a doação como reconhecimento pelo empenho do autarca

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O terreno oferecido a Isaltino Morais em Cabo Verde foi um reconhecimento «a título pessoal» pelo empenho do autarca na geminação de Oeiras com São Vicente, afirmou o ex-primeiro-ministro de Cabo Verde, Carlos Veiga, esta terça-feira no Tribunal de Sintra, segundo informação da Lusa.

«O terreno foi uma doação por tudo o que Isaltino Morais [presidente da Câmara de Oeiras] fez por São Vicente. Não me surpreendeu. Foi doado na qualidade pessoal por tudo o que ele fez, pelo empenhamento dele», disse o antigo primeiro-ministro de Cabo Verde.

Carlos Veiga teve conhecimento da doação através de antigos vereadores da câmara de São Vicente e adiantou ainda, em tribunal, que o terreno foi doado a Isaltino Morais «a título pessoal» e não enquanto presidente da câmara de Oeiras. Negou ainda a existência de qualquer tipo de pressão sobre o ex-presidente da câmara municipal de São Vicente, Onésimo da Silveira.

Uma prática de amizade seguida por Cabo Verde

Ouvido esta terça-feira, Onésimo da Silveira disse ao colectivo de juízes, na sessão do julgamento de Isaltino Morais, que o acordo de geminação é uma referência para os outros municípios de Cabo Verde.

A entrega do terreno resulta do «seguimento da prática da morabeza (amizade e amor)», seguida pelo povo de Cabo Verde, como reconhecimento da amizade de Isaltino Morais para com o seu município, disse o ex-autarca.

«Cometi um acto na qualidade de presidente de câmara, insisti para que ele aceitasse e ele é que está aqui a ser julgado. Eu é que devia estar aqui», lamentou Onésimo da Silveira.

«Em nenhum momento Isaltino Morais fez questão que a doação do terreno fosse uma contrapartida. Falta substância a essa acusação. O que é que significa um terreno num sítio abandonado num lugar que é tão mau que até lhe chamam a Vila Miséria?», adiantou.

Também na sessão desta terça-feira foi ouvido o pároco e um engenheiro electrotécnico da câmara de Oeiras.

Na quarta-feira de manhã o julgamento continua no Tribunal de Sintra, onde vai ser ouvido um sobrinho de Isaltino Morais.
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