Ciganos: retirada por «questões de segurança» - TVI

Ciganos: retirada por «questões de segurança»

Famílias Ciganas frente à Câmara de Loures

Autarca nega responsabilidade na operação que retirou famílias ciganas de jardim

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O presidente da Câmara Municipal de Loures, Carlos Teixeira, negou ter sido responsável pela operação da PSP que hoje de manhã retirou as famílias ciganas da Quinta da Fonte do jardim junto à autarquia onde estavam acampadas.

Em declarações à agência Lusa, Carlos Teixeira explicou que «cada um tem a sua competência e tratando-se de uma questão de segurança cabia à PSP lidar com o assunto».

Cerca de 50 famílias ciganas tinham decidido acampar no jardim em frente à Câmara de Loures, recusando regressar à Quinta da Fonte, onde residem, e exigindo a atribuição de casas noutro local, alegando não terem condições de segurança após os confrontos violentos da semana passada entre as comunidades africana e cigana que vivem no bairro.

«Vamos para a câmara outra vez»

Famílias ciganas acampadas em jardim expulsas

«A PSP fez aquilo que tinha de fazer, uma vez que se tratava de uma concentração ilegal. Os ciganos estavam a ocupar um espaço público impossibilitando a população de usufruir do jardim», disse Carlos Teixeira.

Quanto à eventualidade da comunidade cigana convocar uma concentração nacional para Loures, Carlos Teixeira respondeu que ficará «satisfeito se esta for com o objectivo de pagar as rendas em atraso ou para se inscreverem num centro de emprego».

«Eles têm dívidas de água no valor de 145 mil euros e vão ter de as pagar», garantiu.

«Sempre defendi os interesses de todos, todos têm direitos e deveres e têm de respeitar a Constituição», disse.

O autarca socialista adiantou ainda que a população de Loures não estava a gostar da presença das famílias ciganas no jardim e acusou alguns elementos desta comunidade de vandalizarem o monumento que ali se encontra, em memória dos combatentes da I Guerra Mundial.

«Recebemos centenas de e-mail e fax a apoiar a decisão da câmara municipal» de não ceder às reivindicações das famílias no sentido de as realojar num novo bairro.

O autarca disse ainda estar convicto que as famílias podem regressar em segurança à Quinta da Fonte, sustentando esta certeza «nos sinais claros de incentivo expressos pela marcha da Paz», que juntou na segunda-feira cerca de duas centenas de pessoas nas ruas da Apelação.

As famílias ciganas que se encontravam acampadas no jardim fronteiro à Câmara Municipal de Loures retiraram-se ao fim da madrugada desta terça-feira, na sequência de uma operação policial, sem incidentes, anunciou de manhã o comissário Resende da PSP de Loures.

A operação iniciou-se cerca das 06h15 e «decorreu sem incidentes», tendo as autoridades comunicado às 53 famílias ciganas acampadas no jardim que teriam de sair do local, pois a atitude configurava «uma manifestação ilegal», referiu o comissário Resende.
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