Quinta da Fonte: duas centenas na marcha pela paz - TVI

Quinta da Fonte: duas centenas na marcha pela paz

Marcha da paz na Quinta da Fonte

Iniciativa apelou à união entre as diferentes comunidades

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«Juntos nós temos mais». O lema que se podia ler nas t-shirts dos participantes resumiu o objectivo da iniciativa. E a marcha pela paz juntou cerca de duas centenas de pessoas, na Apelação, em Loures, informa a Lusa.

A música da banda pertencente à igreja Kimbangista contribuiu para criar um clima de festa e alegria nas ruas do bairro da Quinta da Fonte, levando algumas pessoas a dar um pezinho de dança enquanto caminhavam em marcha lenta.

Algumas individualidades marcaram presença neste evento, como foi o caso do padre Vítor Melícias, de Maria Barroso e Helena Roseta.

«Quis juntar-me a esta iniciativa para mostrar que é possível vencer o medo neste Bairro», disse a deputada socialista, que precisou estar a participar na qualidade de representante do Movimento Porta 65 fechada. Helena Roseta defendeu que não se pode obrigar as pessoas a irem para um sítio que não querem e apontou o diálogo como o único caminho possível.

Maria Barroso vê a situação das famílias ciganas da Quinta da Fonte «com bastante apreensão». Para a esposa de Mário Soares, é «urgente preparar a sociedade já, antes que seja tarde demais». Na opinião da ex-primeira dama, as famílias devem voltar, uma vez que o Ministério da Administração Interna e a governadora civil apresentaram garantias de segurança no Bairro da Quinta da Fonte.

Governadora civil lamenta tendas de campanha vazias

Presentes estiveram também a governadora civil, Dalila Araújo, e a alta comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse.

A governadora civil voltou a garantir que as famílias ciganas poderão voltar ao Bairro em segurança. «A Cruz Vermelha tem vindo trazer comida às tendas mas, sempre que cá chegam, têm de voltar para trás, porque as tendas estão vazias», lamentou, acrescentando que esta marcha «é uma demonstração de que há portas abertas para o diálogo e para o entendimento que é aquilo que é o mais desejável neste momento».

Também várias associações ligadas a actividades desenvolvidas no interior do Bairro quiseram dar o seu contributo na «fomentação da paz».

Doutrin da Costa, animador do agrupamento de Escolas da Apelação, afirmou que esta marcha «é uma mensagem de que a coexistência no bairro entre as duas comunidades é possível e que agora só resta reforçar a confiança das famílias ciganas».

A mesma opinião é partilhada por Delcio Martins, presidente da Associação de Jovens da Apelação, que entende que esta marcha mostrou que este conflito pode ser resolvido e que caso as famílias não queiram regressar é por falta de vontade, embora admita que compreende o «receio da comunidade cigana».
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