Face Oculta: Presidente da Refer nega pressões para afastá-lo

O presidente da Refer, Luís Pardal, assegurou à saída da instrução do processo Face Oculta que «não houve pressões» para o afastar da empresa, noticia a Lusa.

«Não houve pressões nenhumas», disse, à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), onde depôs como testemunha do arguido Armando Vara.

Luís Pardal acrescentou que, na audição, não omitiu nada nem recusou qualquer informação. «Espero que tudo tenha ficado esclarecido», acrescentou.

O presidente da Refer referiu ainda que na fase de instrução as partes envolvidas queriam saber se tinha recebido o arguido Manuel Godinho, único preso preventivo deste processo, tendo Luís Pardal confirmado que tiveram um encontro em Agosto.

Também esta quarta-feira, o ex-ministro Mário Lino foi ouvido no TCIC, como testemunha de Armando Vara, onde terá sido questionado sobre alegadas pressões que terá sofrido quando estava à frente do Ministério das Obras Públicas para afastar a administração da Refer.

Segundo notícias então divulgadas, Armando Vara, ex-governante e antigo vice-presidente do BCP, terá exercido influências junto do ex-ministro para servir os interesses do empresário Manuel José Godinho.

Na altura, Mário Lino reagiu publicamente, dizendo que «nunca esteve em causa qualquer demissão nem pressão para demitir ninguém».

A operação Face Oculta foi desencadeada a 28 de Outubro de 2009, pela Polícia Judiciária de Aveiro, na sequência de investigações a alegados crimes fiscais atribuídos ao sucateiro Manuel Godinho.

O Ministério Público acusou 34 pessoas e duas empresas, que neste último caso estão sujeitas a penas que podem ir até à sua dissolução.

Os crimes imputados aos arguidos são de associação criminosa, corrupção activa e passiva para ato ilícito, furto qualificado e burla, entre outros ilícitos.

Manuel Godinho é dono do grupo empresarial de Ovar a que está ligado a «O2 - Tratamento e Limpeza Ambientais», do ramo da sucata.