O Departamento de Investigação Criminal de Portimão da Polícia Judiciária (PJ), coordenado por Paulo Rebelo, escusou-se esta segunda-feira a comentar a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de arquivar o inquérito relativo ao desaparecimento de Madeleine McCann, escreve a Lusa.
Contactada pela Agência Lusa, fonte do Departamento remeteu para o gabinete de imprensa da PJ qualquer comentário ao caso.
Paulo Rebelo sucedeu em Outubro do ano passado a Gonçalo Amaral na coordenação da PJ de Portimão, após a demissão do então responsável do processo «Maddie», afastado do caso após ter criticado, em declarações à imprensa, a Polícia inglesa, que acusou de «andar a fazer o que o casal [McCann] queria».
Pais marcam conferência de imprensa
Os pais de Madeleine McCann deverão reagir ao arquivamento da investigação ao desaparecimento da filha e ao levantamento do estatuto de arguidos ainda esta segunda-feira, na localidade onde residem, Rothley, perto das 19:00 horas.
Desconhece-se por enquanto o teor da declaração que será feita por Kate e Gerry McCann ou pelo seu porta-voz, Clarence Mitchell, que recusou comentar, para já, a decisão anunciada hoje pela Procuradoria-Geral da República.
No entanto, Mitchell adiantou à imprensa que os pais de Madeleine já tomaram conhecimento da decisão e vão reunir-se com os advogados para analisar o conteúdo da nota da Procuradoria.
Todavia, o levantamento do estatuto de arguidos vai de encontro ao seu desejo, já manifestado por diversas vezes por Kate e Gerry, que sempre negaram qualquer envolvimento no desaparecimento da filha, a 3 de Maio de 2007 no Algarve.
O casal espera também que o levantamento do segredo de justiça permita o acesso à informação contida no processo para ajudar à sua própria investigação ao desaparecimento, que está a ser feita por uma companhia de detectives privados espanhola.
O casal Kate e Gerry, ambos de 40 anos, encontra-se na localidade de Rothley, perto de Leicester, no centro de Inglaterra, onde residem actualmente.
Segundo a BBC, que fez uma emissão especial, Gerry McCann fez questão de passar o dia de forma normal, tendo ido trabalhar como normalmente no hospital de Leicester, onde é cardiologista.
«Não houve perseguições» à família
A mesma estação transmitiu também hoje excertos de uma entrevista ao ex-inspector da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral, que foi responsável da investigação ao caso.
Amaral garantiu que «não houve perseguições» à família e desmentiu que as autoridades tenham feito «bluff» sobre Kate McCann, frisando que tal será provado «quando os documentos forem tornados públicos».
Disse ainda que os indícios recolhidos até à altura em que trabalhou no caso apontavam para a morte da criança no interior do apartamento onde passava férias com a família, na Praia da Luz.
Rejeitou ainda que a decisão de arquivar o processo seja um fracasso da polícia, realçando o esforço da polícia portuguesa e britânica.
IOL PortugalDiário lembra que o processo foi arquivado e que Kate e Gerry McCann deixaram de ser arguidos a partir do dia 21 de Julho de 2008. Os pais de Maddie já fizeram saber que vão processar o ex-PJ Gonçalo Amaral na sequência da publicação do livro «Maddie: a verdade da Mentira».
Maddie: PJ de Portimão não comenta arquivamento
- Redação
- PP
- 21 jul 2008, 17:10
Gonçalo Amaral deu entrevista à BBC e nega ter havido «perseguição» à família
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