Operação Fizz: advogado de Manuel Vicente diz que separação dos processos é inevitável - TVI

Operação Fizz: advogado de Manuel Vicente diz que separação dos processos é inevitável

  • AM
  • 22 jan 2018, 09:49

À chegada ao tribunal, advogado do ex-vice-presidente de Angola, disse ainda que Manuel Vicente não comparece “porque não pode”

O advogado do ex-vice-presidente de Angola no caso da Operação Fizz, que começa a ser julgado esta segunda-feira, disse à chegada ao tribunal que lhe parece inevitável a separação dos processos.

Questionado pelos jornalistas à entrada do tribunal, em Lisboa, Rui Patrício afirmou: “O que nos parece inevitável é a separação dos processos”.

Rui Patrício, que estava presente enquanto mandatário de Armindo Pires, outro dos arguidos neste caso, disse igualmente que é preciso aguardar a decisão do tribunal “com calma e serenidade”.

“Vamos ver o que o tribunal vai decidir”, acrescentou.

Rui Patrício escusou-se a revelar se ia levantar alguma questão prévia no início do julgamento, remetendo para audiência, e lembrou os recursos pendentes relativos ao ex-vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, que o Tribunal da Relação de Lisboa terá de decidir “a seu tempo”.

“Processualmente há muitas coisas possíveis”, disse, embora considere inevitável a separação dos processos.

Questionado sobre o que pensava de toda a pressão política em redor deste processo, Rui Patrício afirmou: “Não faço comentários sobre isso, tenho a minha opinião pessoal, mas não faço qualquer comentário”.

Questionado pelos jornalistas sobre o porquê da ausência de Manuel Vicente, Rui Patrício disse que o ex-vice-Presidente de Angola não comparece “porque não pode”.

“Não comparece porque não pode. A questão da imunidade não está na disponibilidade e vontade de Manuel Vicente, é um assunto de Estado”, afirmou.

Rui Patrício insistiu que, neste processo, Manuel Vicente não foi notificado da acusação e nem sequer chegou a ser constituído arguido.

Orlando Figueira garante que está "totalmente inocente"

O procurador Orlando Figueira, acusado de corrupção passiva, branqueamento de capitais e violação de segredo de justiça no âmbito da Operação Fizz, afirmou, esta segunda-feira, que pretende prestar declarações e reafirmou a sua inocência.

"[Estou] Totalmente inocente", afirmou à chegada ao tribunal.

À chegada ao Campus da Justiça, onde começa este julgamento, que tem também como arguidos o ex-vice-Presidente de Angola Manuel Vicente o advogado Paulo Blanco e o empresário Armindo Pires, Orlando Figueira confirmou que a medida de coação a que está sujeito só permite que possa falar com os familiares.

Também à chegada ao tribunal, o advogado Paulo Blanco, outro dos arguidos, remeteu todas as declarações para a audiência.

O julgamento da ‘operação Fizz’ tem como arguidos o ex-vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, o ex-procurador Orlando Figueira, o advogado Paulo Blanco e o empresário Armindo Pires.

Manuel Vicente, que à data dos factos era presidente da Sonangol é acusado de ter corrompido Orlando Figueira para que o então procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) arquivasse dois inquéritos, um deles o caso Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril.

O ex-vice-Presidente de Angola está acusado por corrupção ativa em coautoria com os arguidos Paulo Blanco e Armindo Pires, branqueamento de capitais em coautoria com Paulo Blanco, Armindo Pires e Orlando Figueira e falsificação de documento com os mesmos arguidos.

O ex-procurador do DCIAP está pronunciado por corrupção passiva, branqueamento de capitais, violação de segredo de justiça e falsificação de documentos, o advogado Paulo Blanco por corrupção ativa em coautoria, branqueamento também em coautoria, violação de segredo de justiça e falsificação documento em coautoria.

O empresário Armindo Pires, que o MP diz ser o ‘testa de ferro’ de negócios de Manuel Vicente, vai responder em julgamento por corrupção ativa em coautoria com Paulo Blanco e Manuel Vicente, branqueamento de capitais em coautoria com Manuel Vicente, Paulo Blanco e Orlando Figueira e falsificação de documento com coautoria com os mesmos.

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