Madeira: «Hora de olhar em frente» - TVI

Madeira: «Hora de olhar em frente»

Funchal, uma semana depois da tragédia (Filipe Caetano/tvi24.pt)

Bispo do Funchal defende «espírito de solidariedade, união e entreajuda fraterna» após a intempérie

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O bispo do Funchal, D. António Carrilho, afirmou este domingo que «é hora de olhar em frente e reconstruir o futuro» na Madeira, defendendo um «espírito de solidariedade, união e entreajuda fraterna» após a intempérie de 20 de fevereiro, escreve a Lusa.

Na sua homilia durante uma missa de sufrágio e memória das vítimas da catástrofe, o bispo apelou a que «perdurem e não esmoreçam os sentimentos e valores agora aflorados e estimulados».

«É hora de reavivar, aprofundar e esclarecer a fé cristã, tão profundamente arreigada na alma e na cultura do nosso povo madeirense», sublinhou perante uma sé catedral completamente cheia, ao ponto de obrigar centenas de pessoas a assistir à missa no pátio frontal da igreja.

D. António Carrilho disse trazer das visitas que efectuou às zonas mais afetadas «a história e a situação de muita gente: vidas destroçadas pela morte e desaparecimento de entes queridos, sonhos e projetos de longos anos subitamente desaparecidos e perda de grande parte ou da totalidade dos seus bens, como as próprias habitações e as fontes ou garantias do sustento quotidiano».

«No quadro desta catástrofe, cada pessoa tem a sua história própria e única: momentos de perplexidade e angústia, sem saber o que fazer nem como fazer, a alegria de ajudar alguém a salvar-se ou de sentir-se ajudado e liberto de algum perigo, a fé e a esperança, expressas na oração, em súplica confiante a Deus (...) Enfim, tantos casos e tantos testemunhos, que emocionam, suscitam compaixão e desejo de ajudar, edificantes pela coragem e pelo espírito de caridade, que manifestam», disse.

O bispo do Funchal acrescentou que, «a par da natural angústia e possível desespero momentâneo, perante situações de verdadeira impotência humana, surgem gestos e atitudes de profundo humanismo e sentido cristão».

«Uma onda extraordinária de comunhão e solidariedade se gerou e desenvolveu, a nível regional, nacional e internacional. Chegaram mensagens de conforto, donativos, disponibilidades para trabalho voluntário de apoio aos desalojados e outros serviços de maior necessidade e urgência. Cresceu o espírito de cooperação entre as instituições públicas e privadas (...). Uma experiência forte que bem pode gerar um novo espírito de comunhão e participação, sempre tão necessário», acrescentou.
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