O avião F-16 que se despenhou esta segunda-feira na zona limítrofe da Base Aérea (BA 5) de Monte Real aparentava ter «problemas de estabilidade», segundo um popular que diz ter assistido à queda da aeronave.
«Quando se aproximou da pista balançava ora para um lado, ora para o outro, ora para a frente. Eu pensava que era um exercício, mas depois vi o piloto ejectar-se e o avião planou, para aí um minuto, continuando a balançar ora para um lado, ora para o outro, até que adornou e caiu no pinhal», disse à Lusa João Carlos Cardoso, cuja casa se situa no enfiamento das pistas da BA5, na localidade vizinha de Casal dos Claros.
Segundo este bate-chapas, o avião já algum tempo antes lhe tinha despertado a curiosidade, uma vez que era de cor diferente dos restantes F-16: «Era verde fluorescente, da cor dos coletes da GNR, devia ser experimental», disse João Cardoso, com a certeza que lhe dão muitas horas a ver de sua casa os aviões militares.
Penamacor assustou-se com F-16
«Quando levantou voo, eu admirei-me, pois fez logo uma picada a 90 graus, com uma velocidade incrível, que deixei logo de o ver», explicou, acrescentando que «isto não é costume».
«Passado aí um quatro de hora ou vinte minutos, estava a regressar e vinha direito, mas com as tais manobras bruscas», disse João Cardoso, adiantando que o piloto se ejectou e «caiu logo à entrada do perímetro da base».
«Levantou-se e ainda o vi ao longe ir a pé», frisou, para garantir que o militar não ficara ferido.
«Quando o piloto se ejectou, ouviu-se uma pequena explosão e saíram duas coisas das pontas das asas, que penso que fossem mísseis desarmados», afirmou.
Quando embateu no solo, o avião incendiou-se, viu-se uma coluna de fumo preto, mas rapidamente a situação foi controlada, quer pelos bombeiros da Base Aérea, quer pelos elementos de duas corporações da zona - Marinha Grande e Ortigosa - que se deslocaram para o local do acidente.
Avião caiu de «barriga para baixo»
João Cardoso ainda conseguiu chegar ao local onde o F-16 se despenhou, viu que «terá caído de barriga para baixo», mas pouco depois foi afastado do local pela GNR e pela Polícia Aérea, que criaram um perímetro de segurança, não deixando passar ninguém.
Duas horas depois do acidente - cujo alerta foi dado às 13h50 -, João Cardoso lamentava não ter tido espaço disponível no seu PDA para filmar e fotografar o acidente.
«Tinha isto tudo cheio. Que chatice. Se não, era logo para o You Tube, em directo!», disse.
Entretanto, muitos populares tentavam ver o local do acidente, mas, face à impossibilidade de passagem, iam embora ou ficavam alguns momentos junto à rede que delimita o perímetro da BA 5, a ver alguns militares a recolher elementos no local onde o piloto caiu - e onde ainda se via parte da cadeira - depois de se ter ejectado e que dista poucos metros da estrada que liga o Pilado a Monte Real.
Face ao que aconteceu, alguns moradores de casas próximas da base militar iam frisando a «sorte» que houve desta vez. «Mais um pouco e caía em cima de alguma casa e era uma desgraça», dizia uma mulher já idosa, de bicicleta pela mão, desgostosa por os militares não a deixarem ir até ao local do acidente.
F-16 era «verde fluorescente
- Portugal Diário
- 28 jan 2008, 17:19
O acidente visto por um popular: «Isto não é costume»
Continue a ler esta notícia