EUA: tigres regressam a recinto fatal - TVI

EUA: tigres regressam a recinto fatal

  • Portugal Diário
  • 20 fev 2008, 20:50
Tigre [Arquivo]

Jovem luso-descendente morreu no dia de Natal quando foi atacado por tigre

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A programação das atracções do Zoo de São Francisco, Califórnia, regressa gradualmente à normalidade, com a reabertura ao público do espaço renovado de onde fugiu, no último dia de Natal, um tigre-fémea que matou um luso-descendente, escreve a Lusa.

A família do jovem Carlos Sousa Júnior iniciou, entretanto, um processo judicial contra a Câmara Municipal e a Sociedade Zoológica de São Francisco, a proprietária e a gestora daquele espaço de diversão.

As investigações à fuga do tigre-fémea, um tigre siberiano de quatro anos e com 159 quilos, vieram, por outro lado, chamar a atenção para as condições em que os animais são mantidos em cativeiro, com peritos a denunciarem maus-tratos, que vão desde a falta de alimentação até à inexistência de condições de habitabilidade.

Tigre mata visitante de zoo

As dúvidas sobre as condições de cativeiro no jardim zoológico de São Francisco, com os consequentes riscos para a integridade física dos seus visitantes e trabalhadores, saltaram para as primeiras páginas dos jornais da cidade, e mereceram o interesse da imprensa portuguesa, com a morte de Carlos Sousa Júnior e os ferimentos provocados em dois primos da vítima, os irmãos Paul e Kulbir Dhaliwal.

O incidente do último dia de Natal foi o mais recente de uma série de episódios envolvendo animais em cativeiro, visitantes e trabalhadores. O facto da altura da parede do recinto para os grandes felinos não cumprir os mínimos recomendados pela Associação de Zoos e Aquários norte-americana, o principal organismo acreditado nos Estados Unidos para este tipo de espaços, não ajudou à boa imagem daquele jardim zoológico. A associação recomenda, no mínimo, vedações de cinco metros de altura e no zoológico de São Francisco o muro tinha apenas 3,8 metros.

Caso pode chegar a julgamento

Para cumprir o recomendado, o zoológico gastou 1,7 milhões de dólares (cerca de 1,1 milhões de euros), e além de subir a altura da parede do fosso, instalou um separador em acrílico e uma cerca electrificada, com 8 mil volts de carga.

Em declarações à Agência Lusa, Michael Cardoza, advogado da família de Carlos Sousa Júnior, disse que a evolução do processo judicial poderá ser o julgamento, caso não se chegue a acordo sobre o valor da indemnização que os pais do luso-descendente, um português da ilha do Pico, Açores, e mãe brasileira, receberão do zoo.

«Se as partes envolvidas não chegarem a acordo, o caso pode subir a julgamento dentro de um ano», disse. «O zoo e a cidade de São Francisco são totalmente responsáveis pelos animais selvagens. Além disso, foram negligentes ao não manterem o tigre preso como devia ser e existem várias situações a nosso favor que constituem precedente jurídico», acrescentou Michael Cardoza, ele próprio neto de um açoriano, também da ilha do Pico. «Ainda não chegámos a nenhum acordo nem discutimos qualquer valor monetário» da indemnização, esclareceu à Lusa.
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