Cancro do colo do útero: mais de mil casos por ano - TVI

Cancro do colo do útero: mais de mil casos por ano

Colo do útero:AR discute comparticipação de vacina

Estudo: vacina poderá reduzir o número em 76 por cento

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Portugal regista anualmente 1090 novos casos de cancro do colo do útero, um número que poderá baixar cerca de 76 por cento com a vacinação das mulheres contra o vírus causador da doença, informa a agência Lusa segundo um estudo divulgado esta sexta-feira.

O coordenador do estudo, Carlos Costa, adiantou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) gasta actualmente cerca de 40 milhões de euros, por ano, no diagnóstico e tratamento das doenças causadas pelo HPV. «Este valor também baixará substancialmente com a vacinação e o reforço do rastreio», sublinhou.

Estes dados constam de um estudo feito pela Escola Nacional de Saúde Pública apresentado publicamente esta sexta-feira no âmbito da 160ª reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, que decorre até domingo em Viana do Castelo.

Por ano, em Portugal, registam-se também 7030 novos casos de lesões pré-cancerosas, displasias cervicais, e 9049 novos casos de condilomas genitais.

«O condiloma genital é uma patologia não oncológica mas com um elevado impacto na vida psico-afectiva das mulheres afectadas, com um elevado impacto financeiro em Portugal. Estima-se que ocorram anualmente mais de 9 mil casos de condilomas genitais em mulheres sexualmente activas», refere o estudo.

Segundo Carlos Costa, a vacinação e o rastreio permitirão reduzir em 76 por cento a mortalidade, em 60 por cento os casos de displasias cervicais moderadas e graves, em 32 por cento as displasias cervicais ligeiras e em 89 por cento os condilomas genitais.

O cancro do colo do útero mata uma mulher por dia em Portugal

O Governo prevê começar em Setembro, no início do ano lectivo, a vacinação gratuita de 55 mil raparigas de 13 anos.

De acordo com as recomendações da Comissão Técnica de Vacinação e da Direcção Geral de Saúde, em 2008 serão vacinadas as raparigas nascidas em 1995, em 2009 as que nasceram em 1996 e em 2010 as jovens que nasceram em 1997. Entre 2009 e 2011 está ainda previsto vacinar as raparigas que naquela altura tenham 17 anos.

Por decidir está ainda qual a vacina que será administrada, uma vez que actualmente são comercializadas duas marcas, embora uma delas seja mais abrangente. A escolha irá resultar do concurso internacional que está em curso e que terá em conta factores como a eficácia e o custo do produto.

Até ser administrada gratuitamente, a vacina tem de ser suportada financeiramente por quem optou pela sua toma, desde que foi colocada à venda em Portugal, em Janeiro do ano passado.
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