Porto: cobranças difíceis associadas à droga - TVI

Porto: cobranças difíceis associadas à droga

Bruno Pidá foi detido no âmbito da operação «Noite Branca» (João Abreu Miranda/Lusa)

Procuradora Helena Fazenda já recebeu perto de 80 processos sobre extorsão, ofensas corporais e ameaças ocorridos no Porto. Tráfico e cobranças difíceis associadas à droga motivam crimes. Procuradores não estão a trabalhar em exclusividade Porto: novo episódio de violência

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Além dos quatro processos referentes às mortes no Porto, de Nuno Gaiato, Aurélio Palha, Ilídio Correia e «Berto Maluco», a equipa da procuradora Helena Fazenda já recebeu de modo faseado quase 80 processos relativos à criminalidade na noite do Porto.

Os processos respeitam a situações de ofensas corporais, extorsão e ameaças, alegadamente ocorridas nos últimos dois ou três anos. A maioria reporta-se ao último ano e está arquivada, adiantou ao PortugalDiário uma fonte judicial.

Todos os casos serão analisados e mediante os novos indícios recolhidos alguns poderão mesmo ser reabertos.

O Ministério Público acredita que o tráfico de droga está em «pano de fundo» da criminalidade na noite do Porto.

Vários episódios de violência estão associados às «banhadas», situações em que a droga recebida não é paga, ficando a cobrança difícil a cargo de seguranças. Várias dezenas de indivíduos foram investigados no âmbito destes processos e alguns poderão ainda vir a ser detidos.

As autoridades acreditam que o chamado gangue da Ribeira estará ligado ao tráfico de droga, enquanto outros grupos são essencialmente referenciados pelas cobranças difíceis.

Procuradores não estão em exclusividade

A procuradora Helena Fazenda, nomeada pelo procurador- geral da República para coordenar a investigação aos crimes na noite do Porto e os procuradores do DCIAP João Melo e Vítor Magalhães, que integram aquela equipa, não estão a trabalhar em exclusividade, mantendo os processos anteriores e os que entretanto venham a ser-lhes distribuídos.

Helena Fazenda, que tem funções de coordenação no DCIAP, já tinha menos processos, mas os dois procuradores continuam a receber processos complexos da competência do Departamento Central de Investigação e Acção Penal.

Vítor Magalhães, por exemplo, tem em mãos o processo relativo às 9,4 toneladas de cocaína camuflada encontradas em blocos de gelo com polvos, no porto de Lisboa, e que levou ao desmantelamento de uma rede internacional de tráfico de droga.

Além destes magistrados, a equipa deverá ainda integrar procuradores adjuntos, estes ficarão a trabalhar em exclusividade no processo, bem como elementos da PJ, afectos a áreas dos homicídios e tráfico de droga, incluindo do Porto, além de elementos da PSP e da ASAE. A constituição da equipa deverá ser anunciada esta semana.
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