"Sabe a minha reação a este acordo ortográfico? Que horror" - TVI

"Sabe a minha reação a este acordo ortográfico? Que horror"

A professora Edite Estrela e o diretor adjunto do Público, Nuno Pacheco, a primeira a favor e o segundo contra o acordo ortográfico, em debate, na TVI24

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O acordo ortográfico que passa a ser obrigatório deu lugar esta quarta-feira a uma acesa discussão na TVI24 entre o diretor adjunto do jornal Público, Nuno Pacheco, e a professora Edite Estrela.

O primeiro é manifestamente contra as alterações à escrita do português e a segunda defensora da alteração. Apesar do acordo já estar em vigor há alguns anos, o Público nunca assumiu a mudança e, mesmo agora, Nuno Pacheco, foi perentório: “Não adotamos”, porque o Estado só obriga os organismos públicos e as escolas a adotarem a alteração de 1991.

“O acordo é absurdo desde o início e continua a ser absurdo hoje”, acrescentou Nuno Pacheco. Isto apesar das crianças que estão hoje no primeiro ciclo do ensino básico já só terem aprendido a escrever pelo novo acordo o que para, Nuno Pacheco, “é uma pena”.

Muito mais tranquila, a professora Edite Estrela considerou que “voltar atrás representaria um prejuízo para as crianças” e que a “polémica é normal”, lembrando que a reforma de 1911 “também foi apelidada de incongruente” e “selvagem”.


“Gostaria de desvalorizar soluções que foram adotadas com as quais pessoalmente não me identifico”, e que “nenhuma ortografia é perfeita”, disse Edite Estrela.

Edite Estrela defendeu que é “importante manter uma norma gráfica comum” em todos os países de língua portuguesa, ao que Nuno Pacheco ripostou: “Não há unificação no espaço da língua portuguesa, como não havia antes, e com este acordo ficou pior, porque se inventou uma variante de português europeu que é falsa”.

E Nuno Pacheco continuou: “Seguimos o caminho contrário ao caminho expansivo das outras línguas”, entendendo tratar-se de um “olhar retrógado e quase imperial. O inglês não tem unificação nenhuma”.

Edite Estrela desvalorizou mais uma vez, afirmando que há sempre um “processo de transição”, como no Código da Estrada, e que “na sua opinião podem ser feitos alguns acertos, apontando as vantagens de “uma convergência muito grande e que isso é salutar” e também “há uma simplificação”.


Irónico, o responsável do Público disse: “Não sei que professores tiveram os senhores que fizeram este acordo”.
 

 
Nuno Pacheco admitiu que o ideal para a língua portuguesa e para as diferenças entre o português europeu e o do Brasil era um “acordo ortofónico”. Edite Estrela manifestou-se “horrorizada” com a ideia.

E Pacheco lançou nova farpa: “Sabe qual é a minha relação a este acordo ortográfico? Que horror!”. É um “fato todo roto que vão emendando”. 

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