Pescas: comerciantes «furam» greve em Olhão

Alguns comerciantes trouxeram peixe de Espanha de má qualidade para vender de madrugada em armazéns junto à lota de Olhão, denunciou um dos elementos da Organização de Pesca do Algarve, anunciando uma reunião para definir novas estratégias, informa a agência Lusa.

«Queremos ser brandos, mas devia haver algum respeito pelos pescadores», lamentou um responsável da organização de Pesca do Algarve, referindo que cerca das 2h00 da madrugada, «alguns comerciantes trouxeram peixe de Espanha de má qualidade para Portugal» e que venderam o pescado ao preço que lhes apeteceu.

Venderam o peixe na «segunda-venda», ou seja depois da primeira venda na lota, há normalmente uma segunda fase de venda com peixe de menor qualidade e de mais baixo preço e foi isso que aconteceu esta noite em Olhão, junto à lota em armazéns anexos, explicou à Lusa a mesma fonte.

Em todo o caso, a adesão à greve dos armadores e pescadores no Algarve é de 100 por cento, segundo as associações de armadores e produtores de pescado.

Restaurantes viram-se para a carne

Os restaurantes e marisqueiras de Sines, cuja política é «ter sempre peixe fresco», admitem recorrer a ementas compostas por carne e bacalhau a partir do início da próxima semana, quando se esgotar o stock de pescado.

«É preferível não ter pratos de peixe do que vender o da aquicultura ou o congelado. Esses não podem entrar no menu», frisou, em declarações à agência Lusa, Fernando Raposo, proprietário da «Varanda do Oceano», uma das mais «afamadas» casas de marisco de Sines.

As alternativas que se afiguram são «a carne e o bacalhau», explicou o comerciante, que pondera ter de alterar, por estes dias, o «prato forte» da ementa.