Crianças que não fizeram manchete - TVI

Crianças que não fizeram manchete

Pedofilia [arquivo]

No ano passado cinco meninas e um rapaz foram raptados em Portugal

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O Instituto de Apoio à Criança (IAC) revelou que, em 2006, desapareceram em Portugal seis crianças que ainda não foram localizadas. Nos seis casos, as suspeitas apontam para o crime de rapto efectuado por indivíduos sem qualquer relação de parentesco com a vítima.

Alexandra Simões, coordenadora da linha SOS crianças desaparecidas, adiantou ao PortugalDiário que os seis casos estão a ser investigados pela Polícia Judiciária com o apoio do IAC tendo em conta o protocolo estabelecido, que prevê apoio jurídico e psicológico às famílias e às crianças «se aparecerem».

Das seis crianças, cinco são raparigas, duas com três anos e as restantes com 4, 5 e 17 anos. A outra criança alegadamente vítima é um rapaz com 4 anos. «O protocolo estabelecido não me permite revelar mais informações sobre os casos. Há ainda uma sétima criança que está desaparecida e que fugiu de uma instituição. Há suspeitas de que algo semelhante [rapto] possa ter acontecido, no entanto, devido às dúvidas só estas seis estão a ser investigadas», explicou.

O PortugalDiário solicitou à Polícia Judiciária a confirmação destes casos, assim como o porquê de não existir qualquer apelo público para encontrar as crianças, nem qualquer referência na página de pessoas desaparecidas da instituição, mas a Direcção Nacional respondeu que «não considera oportuno» o pedido de informação e, «por isso, indefere-se o requerido». No entanto, a existência dos crimes não é negada.

Fonte da instituição explicou que por «motivos inerentes à investigação, os investigadores podem ter considerado que era mais proveitoso não revelar qualquer informação sobre os raptos». As crianças continuam desaparecidas sem que qualquer dos casos tenha vindo a público. Recorde-se que no caso do rapto da bebé de Penafiel a divulgação do crime e das imagens da raptora foram decisivas para o desfecho feliz.

«Défice de prevenção»

«Há um défice de prevenção em Portugal. Há cuidados que os pais devem ter. Há redes de pedofilia em Portugal. Basta ir à praia para ver uma quantidade de criança nuas. Muitos pedófilos ficam satisfeitos apenas com uma foto que podem tirar com os telemóveis», afirmou Alexandra Simões.

A responsável defendeu que há exemplos de boas práticas que os pais devem seguir. Com a «tragédia» de Madeleine percebeu-se que é melhor ir de férias para «locais com mais segurança, com câmaras de vigilância. Se acontecer alguma coisa podem ser uma valiosa ajuda», explicou.
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