Lisboa prevê aumento dos sem-abrigo - TVI

Lisboa prevê aumento dos sem-abrigo

Sem-abrigo

Caso o preço dos alimentos continue a aumentar. Câmara já está a preparar-se

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A vereadora da Acção Social na Câmara de Lisboa, Ana Sara Brito, prevê um aumento do número de sem-abrigo na cidade, no contexto de uma eventual crise provocada pela escalada internacional do preço dos alimentos.

«Estamos a preparar-nos para que possam aumentar o número de sem-abrigo, aqueles que não tendo casa, tendo problemas financeiros, possam recorrer à rua», disse Ana Sara Brito em entrevista à Agência Lusa.

A autarquia está a preparar-se para este cenário e vai criar mais dois centros de acolhimento, com características diferentes dos já existentes, que não se limitem a dar a assistência básica de comida e dormida mas promovam a inclusão social.

A Câmara deverá ainda acolher o pedido de um grupo de sem-abrigo que quer encontrar um espaço amplo onde, fazendo eles próprios as obras, possam habitar.

Pobreza profunda em Lisboa

Sem possibilidade de recorrer à agricultura de subsistência e a uma rede social solidária, a pobreza numa cidade como Lisboa é «mais profunda», lembra a autarca, que teme que as crianças e os idosos sejam igualmente particularmente afectados.

Aos seis centros de acolhimento para sem-abrigo existentes na cidade, com um total de 447 camas, que dão apoio aos mais de mil sem-abrigo da capital, Ana Sara Brito quer juntar mais dois, mas com características diferentes.

«Comer e dormir são necessidades básicas, mas são básicas de mais. Temos que dar algo mais aos sem-abrigo para adquirirem as competências que perderam, reformularem o seu projecto de vida e saírem deste ciclo acolhimento/rua, rua/acolhimento», sustenta.



Para Ana Sara Brito, «cada sem-abrigo tirado da rua é uma vitória» e para isso é necessário «ouvir o que têm a dizer».



Para intervir junto da população sem-abrigo, a autarca sublinha que é essencial o empenhamento do Ministério da Saúde no tratamento do alcoolismo e da toxicodependência de que sofrem a maioria das pessoas que vive na rua.

Mas independentemente do número de sem-abrigo poder vir a aumentar, a vereadora teme que «nalguns bairros municipais» haja «problemas com os mais velhos e com as crianças».

«Estamos a preparar-nos, esperando que o Governo intervenha para minorar as dificuldades. Mas não pode haver um plano como há [para proteger os sem-abrigo] nas vagas de frio ou de calor. Não há medidas iguais para todos, mas medidas de acordo com as necessidades das famílias», afirmou.
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