Cancro dos Intestinos: dez mortes por dia - TVI

Cancro dos Intestinos: dez mortes por dia

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Número podia ser drasticamente reduzido se existisse um rastreio nacional organizado

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Todos os dias morrem dez portugueses de cancro do intestino e são diagnosticados 19 novos casos, números que poderiam ser drasticamente reduzidos se existisse um rastreio nacional organizado, alertaram esta quarta-feira especialistas, noticia a Lusa.

«Se o cancro for detectado a tempo existe 90 por cento de probabilidade de cura. Mas a verdade é que anualmente são diagnosticados sete mil novos casos e a taxa de mortalidade é superior a 50 por cento. Ou seja, em cada duas pessoas uma morre», alertou Vítor Neves, presidente da EuropaColon - Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino.

Vítor Neves não tem dúvidas em afirmar que «muitas destas mortes poderiam ser evitadas se houvesse campanhas de promoção de prevenção e se as pessoas conseguissem fazer os rastreios».

Apesar de o Plano Nacional de Saúde recomendar a realização de um rastreio ao cancro colo-retal a toda a população com mais de 50 anos, poucos são os que o fazem. Para o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Vitor Veloso, isto acontece também porque a maioria dos utentes é «descuidada» e «os profissionais de saúde esquecem-se muitas vezes de aconselhar os seus doentes».

«Em Portugal não existe ainda um rastreio organizado. O que existe é um diagnóstico precoce perfeitamente anárquico e inconsequente. Uns fazem, outros não», acusou o presidente da Liga, defendendo como urgente a «criação de uma estrutura com recursos humanos suficientes capaz de definir objectivos, verificar a qualidade dos prestadores de serviços e garantir que é feita a chamada de todos os doentes quando achem necessário».

António Alberto, vogal da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG), lembra o caso norte-americano onde a realização de um rastreio nacional provocou uma redução drástica de mortes. Em Portugal todos os anos morrem mais de três mil pessoas, lembrou Vítor Neves, advertindo para o facto de estes dados de 2002 já poderem estar desactualizados: «Tudo leva a crer que os números já estejam muito mais avançados».

Apesar de ser responsável por milhares de mortes, este cancro é um dos com melhor prognóstico, pois trata-se de uma patologia com alta taxa de cura.
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