Revendedor impedido de aceder a peixe - TVI

Revendedor impedido de aceder a peixe

Greve de pescadores na Doca de Matosinhos - Foto de João Abreu Miranda/Lusa

Nazaré: piquete de greve impediu acesso aos armazéns no porto

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O administrador da empresa «Luís Silvério e Filhos», um dos maiores revendedores de peixe do país, foi impedido esta terça-feira de aceder ao porto da Nazaré pelo piquete de greve dos pescadores, para retirar um carregamento de pescado proveniente de outros países, noticia a Lusa.

Em declarações à Agência Lusa, Luís Silvério lamentou o comportamento dos pescadores que se concentram junto ao porto, impedindo-o de cumprir ordens de entrega a uma grande superfície.

«O peixe não é pescado na nossa costa e eu estou a cumprir guias de remessa que são da semana passada», justificou o empresário, que é também membro da direcção da Associação de Comerciantes de Pescado (ACOPE).

«Eu estou solidário com a paralisação e o protesto dos pescadores», disse, acrescentando que tem todos os trabalhadores da sua empresa «parados», mas justificou que o carregamento em causa destina-se a cumprir uma «encomenda anterior à greve».

«Vou ficar com um prejuízo de 40 mil euros»

«Caso não cumpra essa guia de encomenda, deixarei de fornecer essa grande superfície», explicou Luís Silvério. O peixe em causa - um carregamento de lula - foi descongelado para ser vendida aos consumidores, uma situação que se torna ainda mais grave porque se trata de um «produto altamente perecível».

«Vou ficar com um prejuízo de 40 mil euros», afirmou o importador de peixe que chegou a ameaçar chamar as autoridades para retirar o peixe do armazém, no interior do porto da Nazaré. «Eu ainda lhes disse que ia chamar a polícia de intervenção mas isso foi mais um desabafo», acrescentou o empresário, que contesta o comportamento de «alguns dos pescadores» presentes do porto.

«É uma meia-dúzia que vende o peixe por fora, sem IVA nem facturas, que está a prejudicar todo o negócio dos outros. Porque se eu fechar as portas, também já não posso comprar peixe no porto», acrescentou Luís Silvério.

A paralisação foi convocada na sequência do aumento dos combustíveis e, nos portos de pesca, armadores e pescadores reuniram-se para impedir a saída de qualquer barco ou do pescado que ainda exista nas lotas.
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