«Brincadeiras entre garotos» ou <i>bullying</i> - TVI

«Brincadeiras entre garotos» ou <i>bullying</i>

Crianças [Arquivo]

Mãe diz que filha de 12 anos foi espancada por colegas. Escola nega

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Uma aluna de 12 anos, que frequenta o 7.º ano da secundária Afonso Albuquerque, foi alegadamente espancada por seis alunos num corredor da escola. A mãe da menina apresentou uma queixa-crime contra os suspeitos da agressão e afirmou ao Jornal de Notícias que tem sido ameaçada e sofrido pressões por querer ver justiça para o caso da filha.

«Estou de rastos. São telefonemas, ameaças e pressões», conta ao JN a mãe da aluna que nunca pensou que iria viver este «inferno» quando decidiu avançar para tribunal com este caso de bullying, depois de ter apresentado queixa na PSP pelas agressões sofridas pela filha.

Segundo a mãe, a aluna foi empurrada, caiu e no chão foi pontapeada nas costas: «Como tentava proteger a cara com as mãos e estava aterrorizada, ela não conseguiu ver quem a agrediu e como se não bastasse, ainda lhe agarraram a cabeça, onde apresenta um hematoma».

Testemunhos contraditórios

O Conselho Executivo da escola discorda desta versão, dizendo ter testemunhos que a contradizem. «A própria aluna admite que fez um hematoma na cabeça da parte de manhã e o caso ocorreu depois do almoço, num intervalo», disse António Soares ao PortugalDiário, acrescentando que alguns dos miúdos identificados «nem sequer estavam presentes no local».

«Fiz um auto de averiguações e a situação não é tão grave como a estão a divulgar», disse ainda ao PortugalDiário.

O professor da escola Afonso Albuquerque acredita que a «brincadeira de garotos» tenha sido excessiva e espera apenas pela reunião do conselho de turma para aplicar sanções disciplinares aos dois rapazes identificados como agressores. «Isto é um pouco diferente do espancamento colectivo que tem sido falado».

Auto de averiguações terá consequências disciplinares

No entender do presidente do Conselho Executivo é necessário que as punições aplicadas «sejam pedagógicas», mas admite que o caso poderá merecer a suspensão da pena, previsto no estatuto do aluno «se o conselho de turma assim deliberar».

António Soares admite que a turma, «apesar de reunir alunos com grande capacidade intelectual, tem alguns problemas. São muito ruidosos, vêm todos juntos de uma outra escola onde completaram o 6.º e como todos se conhecem estão demasiado à vontade. Precisam de mais disciplina e de um acréscimo de ocupação dentro da própria sala de aula. Estamos a adoptar estratégias nesse sentido».

Mas no meio desta avaliação, o professor fala em «empolamento»: «Os garotos estavam a brincar; andavam a esconder as mochilas uns dos outros e a aluna em questão também entrou no jogo e escondeu uma mochila. Depois houve empurrões e foi um efeito dominó. A aluna acabou por cair».

Inquirido sobre se há uma segregação em relação a esta menina em concreto, acusação lançada pela mãe no JN, o professor diz desconhecer a situação e confessa ficar espantado com a alegação de que há problemas de relacionamento na turma. «Vêm todos juntos desde o 6.º ano e nunca foi feito um pedido de transferência da aluna para outra turma».

Bullying: «É escorregadio classificar atitudes»

Sobre a questão de estarmos perante uma situação de bullying, o professor considera que é «escorregadio classificar atitudes» desta forma. «São crianças a brincar; chamam nomes umas às outras; têm brincadeiras excessivas... Acontece aqui como em todas as escolas do país». Neste caso, frisa, «houve excesso», mas «é bom não extrapolar».
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