Empregada dos correios ganha prémio literário

Uma ex-empregada britânica dos Correios cujo primeiro romance foi rejeitado por 20 agentes literários do Reino Unido, antes de uma editora se aperceber das suas potencialidades, foi galardoada com o prémio Costa (Costa Book Awards).

Catherine O Flynn, de 37 anos, conquistou o prémio, um dos mais prestigiosos do Reino Unido, com o seu primeiro romance, «What Was Lost», noticia hoje a imprensa britânica.

O Flynn, que foi empregada dos Correios e trabalhou numa bilheteira, viveu uma experiência semelhante à da escritora britânica J.K. Rowling, que apenas alcançou o êxito ao cabo de numerosas rejeições.

Com parecer diferente do dos agentes que tentaram convencê-la de que o seu livro não estava talhado para o êxito, os juízes do Prémio Costa, antes conhecido como Whitbread, foram unânimes em galardoar O Flynn na categoria de primeiro romance.

Os juízes qualificaram o livro de «extraordinário» e «formidável» pela forma como expressa o mistério.

«What Was Lost», que, após sucessivos «não», foi aceite pela editora «Tindall Street Press», de Birmingham, centro de Inglaterra, narra a história de um empregado de segurança que detecta em câmaras de circuito fechado uma menina desaparecida há 20 anos.

O Flynn, que arrecadou 5.000 libras (7.150 euros), competirá com os outros galardoados do prémio Costa nas categorias de Romance, Biografia, Poesia e Literatura Infantil pelo «Costa Livro do Ano», que será anunciado no dia 22.

No caso de J.K. Rowling, os seus mundialmente aclamados livros da série Harry Potter foram rejeitados por mais de 10 editoras antes de caírem nas boas graças da Bloomsbury.

Na categoria de Literatura Infantil, o prémio Costa distinguiu Ann Kelley por «The Bower Bird», inspirado no caso do seu filho Nathan, que sofria de um problema cardíaco congénito.

Nathan morreu aos 24 anos, uma semana depois de ser submetido a um transplante do coração.

Na categoria Romance, o prémio foi para Al Kennedy, por «Day», a história de um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial que recorda o seu passado enquanto trabalha como extra numa película sobre prisioneiros de guerra.

Simon Sebag Montefiore foi o vencedor na categoria de Biografia, com «Young Stalin», e Jean Sprackland na de Poesia com «Tilt», uma colectânea de poemas sobre a vida.