«Gangue da Lapa» em silêncio no início do julgamento - TVI

«Gangue da Lapa» em silêncio no início do julgamento

Justiça

Esta terça-feira, o tribunal apenas identificou os 45 arguidos presentes

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O julgamento do «Gangue da Lapa», acusado de, entre 2006 e 2007, assaltar residências e automóveis na zona Norte, começou esta terça-feira no Tribunal de São João Novo. Os 45 arguidos presentes preferiram remeter-se ao silêncio.

Os mais de 300 crimes descritos na acusação, a maioria de furto qualificado, são imputados a 55 arguidos, mas desses 10 estiveram ausentes da primeira sessão de julgamento. Durante o dia foram apenas identificados os arguidos presentes que optaram por não prestar declarações.

Durante a identificação a maioria dos suspeitos negou as alcunhas referidas pelo Ministério Público, uma estratégia que pretende impedir que os mesmos sejam relacionados com as escutas telefónicas em que assenta a acusação. De entre as 10 ausências, estão três arguidos que o tribunal não conseguiu notificar, optando por separar o respectivo processo.

A sessão, que decorreu na sala da segunda vara (a maior) do tribunal, ficou também marcada pelas fortes medidas de segurança, com cerca de 50 agentes policiais no local, para que o julgamento decorresse sem incidentes. Dos 55 arguidos, 16 estão detidos, 11 dos quais presos preventivamente à ordem do processo.

Entre os jovens em prisão preventiva constam Cláudio S. («Marreta»), Márcio C., Pedro F. («Campelo») e Adriano M. («Macaco») que, considera o MP, «se destacavam quer no número de factos em que participavam, quer na decisão de quando, onde e como actuar», já que não existia uma liderança assumida no grupo.

Só estes quatro arguidos respondem por 103 dos 354 alegados crimes em causa, que foram cometidos entre 03 de Julho de 2006 e 06 de Setembro de 2007.

Segundo a acusação, o grupo terá furtado habitações e veículos na zona Norte, com destaque para o Grande Porto, alguns dos quais recorrendo ao método de «carjacking», com ameaça de armas de fogo.

Uma das vítimas da actuação do Gangue da Lapa foi o futebolista Derlei, a quem, em Maio de 2007, terão subtraído, da sua residência em Gaia, um automóvel e um televisor. Também em Maio de 2007 o advogado Carlos Macanjo foi alvo do grupo que entrou na sua habitação e roubou o automóvel, televisores, entre outros.

A continuação do julgamento ficou marcada para 05 de Maio para ouvir as testemunhas correspondentes às primeiras 10 situações referenciadas pela acusação. O juiz-presidente do colectivo, Armando Azevedo, já marcou sessões para todas as terças e quintas-feiras até Outubro.
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