Caso Camarate, um segredo com 27 anos

No dia 4 de Dezembro de 1980, faz esta terça-feira 27 anos, um Cessna despenhava-se no bairro de Camarate, perto de Lisboa. Pouco depois, Portugal ficava a saber que a bordo seguiam, além dos dois pilotos, o então primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, e três acompanhantes. Não houve sobreviventes.

O caso ficou sempre marcado pela polémica. Acidente ou atentado? A quarta e a oitava Comissão de Inquérito Parlamentar concluíram pela segunda tese.

No final de Novembro, do ano passado, José Esteves, antigo segurança de Sá Carneiro, garantiu, numa entrevista publicada pela revista Focus, que o primeiro-ministro tinha sido assassinado, e confessou-se como o fabricante da bomba, que fez explodir o Cessna.

O advogado dos familiares das vítimas do chamado «Caso Camarate», Ricardo Sá Fernandes, sublinhou na altura que era «a primeira vez que alguém» assumia «expressamente a autoria do atentado».

Mas já com o caso prescrito, o ministro da Justiça afirmou no último mês de 2006 que o Governo não avançaria com qualquer medida no sentido de levar o caso a julgamento. «Não haverá nenhuma iniciativa por parte do Governo», disse Alberto Costa, na altura.

Passados 27 anos, o mistério sobre o caso persiste. Sem que a verdade tenha ainda transpirado por entre as suspeitas e as teorias da conspiração.