Infarmed: demissão é «coincidência no tempo» - TVI

Infarmed: demissão é «coincidência no tempo»

Responsáveis descartam qualquer relação com caso de cegueira no Santa Maria

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O presidente do Infarmed, Vasco Maria, afirmou esta sexta-feira que a saída do presidente da Comissão Técnica de Avaliação dos Medicamentos se deve a «um processo de reestrutuação» da instituição, desmentindo qualquer relação entre a saída e o caso dos seis doentes internados no Santa Maria que correm o risco de cegar. O próprio José Morais também já admitiu que se trata de uma «coincidência» no tempo.

«Não há qualquer relação entre os dois acontecimentos», garantiu Vasco Maria aos jornalistas, acrescentando que José Morais «pôs o seu lugar à disposição» na sequência de «um processo de reestruturação do Infarmed e da própria Comissão Técnica» a que presidia.

Santa Maria: três doentes estão melhores

«Na última reunião da Comissão Técnica antes das férias, realizada a 20 de Julho, José Morais pediu a exoneração», referiu Vasco Maria. «Há assim uma mera coincidência temporal» entre a demissão de José Morais e a situação ocorrida no Hospital de Santa Maria, reafirmou o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

Questionado sobre quais os motivos que José Morais apresentou para abandonar o lugar, Vasco Maria limitou-se a dizer que aquele responsável estava à frente da Comissão Técnica há vários e que «considerou que era a altura de colocar o cargo à disposição».

Troca acidental de produtos pode explicar cegueira

Em declarações à TSF, José Morais, considerou que a sua demissão tratou-se apenas de uma «coincidência no tempo», recusando-se a adiantar as razões da sua demissão, considerando que deve ser o Conselho Directivo da Autoridade Nacional do Medicamento a divulgá-las.

Avastin sem indícios de problemas de qualidade

Quanto à investigação para apurar o que se passou com seis doentes que receberam tratamento oftalmológico no Hospital de Santa Maria, o presidente do Infarmed disse esperar que esta seja concluída «o mais rapidamente possível», admitindo que tal poderá verificar-se na próxima semana.

Quanto às causas do que passou, Vasco Maria enfatizou que «todas as hipóteses continuam em aberto» e disse esperar ter conclusões quando a investigação terminar em breve. À partida, o presidente do Infarmed diz não excluir qualquer hipótese, sublinhando, contudo, que os lotes daquele medicamento (Avastin) «não têm indícios de problemas de qualidade».

Momentos antes da conferência de imprensa, o Infarmed afirmou não haver motivos para a suspensão da comercialização ou retirada do mercado do medicamento Avastin, salvaguardando que deve ser «utilizado nas indicações terapêuticas aprovadas aquando da sua Autorização de Introdução no Mercado».
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