Adesão à greve dos enfermeiros nos 59%, diz ministério

O Ministério da Saúde assegura que a greve de enfermeiros registou até ao início da tarde uma adesão global de 59,16 por cento, enquanto o sindicato que convocou o protesto refere taxas de entre 65 e 100 por cento. A ministra da Saúde, Ana Jorge, já reagiu à paragem convocada e adiantou que vai enviar uma proposta aos sindicatos.

No turno da madrugada, entre as 00:00 e as 08:00, a adesão rondou os 81,5 por cento, enquanto no da manhã variou entre os 65 por cento e os 100 por cento, segundo Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Os serviços mínimos têm sido assegurados, tal como impõe a lei, sendo os serviços mais afectados as consultas externas, as cirurgias programadas e os serviços prestados nos centros de saúde, segundo a dirigente sindical.

Lisboa

A greve dos enfermeiros está a registar níveis de adesão em unidades de saúde da zona de Lisboa que oscilam entre os 65 e os 100 por cento, segundo dados do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), informa a Lusa.

Os dados ainda parciais revelam que no centro de saúde de Odivelas a greve teve uma adesão de 100 por cento enquanto nos hospitais Amadora-Sintra e de Torres Vedras chegou aos 65 por cento.

Na maternidade Alfredo da Costa, 87,7 por cento dos enfermeiros aderiu à greve, um valor quase idêntico ao registado no hospital do Otão, em Setúbal, com 89,65 por cento, e no hospital Garcia de Orta, Almada, com 81,02 por cento. Na cidade de Lisboa, o hospital de São José registou uma adesão de 93,18 por cento e nos Capuchos situou-se nos 76 por cento.

Veja o que parou no resto do país

Os enfermeiros portugueses reivindicam «uma negociação efectiva» da carreira de enfermagem e protestam contra a «degradação das condições de trabalho». O sindicato, que decretou a paralisação de 24 horas, alega que a «degradação das condições de trabalho» destes profissionais se tem «acentuado nos últimos anos».

Açores

Nos Açores uma adesão de 40 por cento nos hospitais e de 63 por cento nos centros de saúde, assegura o Governo regional, enquanto os sindicatos apontam para uma mobilização de 77 por cento.

Segundo dados apurados pela secretaria regional da Saúde, durante o período da manhã a paralisação estava a ter uma adesão de 62 por cento no Hospital de Angra, de 72 por cento no da Horta e de 29 por cento no de Ponta Delgada.

Portimão

Utentes do Centro de Saúde de Portimão que hoje de manhã não foram atendidos no serviço de enfermagem devido à greve criticaram a ausência daqueles profissionais por «não assegurarem serviços mínimos».

Mudar um penso ou apanhar uma injecção foram alguns dos serviços recusados aos utentes, devido à elevada adesão dos profissionais à greve nacional convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Em declarações à Agência Lusa, a maioria dos utentes reconhece a legitimidade dos enfermeiros na luta pelos seus direitos, mas destacam que «isso não pode impedir que as populações fiquem privadas de cuidados essenciais que não podem pagar».

Fonte da direcção do Centro de Saúde de Portimão reconheceu que «a adesão à greve de nove dos 17 enfermeiros escalados para hoje está a afectar o funcionamento do serviço», mas salientou que «não se têm verificado reclamações dos utentes».