PGR responde a ingleses: «Nenhum facto relevante» - TVI

PGR responde a ingleses: «Nenhum facto relevante»

Freitas do Amaral

Nota explica que «carta rogatória inglesa não contém nenhum facto juridicamente relevante»

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Nota divulgada pela Procuradoria Geral da República chegou ao PortugalDiário às 13h34 e serve para desvalorizar a carta rogatória enviada pelas autoridades inglesas e que apontam para suspeitas em relação ao primeiro-ministro, José Sócrates.

DCIAP garante que investigação será célere

Na sequência do comunicado da PGR, o primeiro-ministro irá efectuar uma comunicação ao país esta tarde, ainda sem hora marcada, confirmou ao PortugalDiário fonte do gabinete de José Sócrates.

No oitavo ponto lê-se: «A carta rogatória inglesa não contém nenhum facto juridicamente relevante que acresça aos factos conhecidos e investigados pelas autoridades portuguesas, nem contém nenhum elemento probatório considerado válido e que justifique uma alteração da posição tomada nos comunicados anteriores».

Uma resposta directa aos ingleses, que é reforçada no nono e decisivo ponto: «Ninguém está acima da lei, mas nenhum cidadão português pode ser considerado arguido, nem sequer suspeito, unicamente porque a polícia de outro país o coloca sob investigação com base em hipóteses levantadas e não confirmadas e que servem somente para justificar um pedido de colaboração».

De resto, a posição do PGR é consentânea com o que foi dito pelas entidades nos últimos dois dias. O «caso Freeport» está «a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal desde Setembro de 2008, estando neste momento a ser efectuadas perícias pelo Departamento competente da Polícia Judiciária sobre diversos fluxos bancários e a serem realizadas diligências várias, consideradas essenciais para a descoberta da verdade, pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal».

As diligências «foram consideradas prioritárias e a elas serão afectados todos os meios considerados necessários»., pelo que «serão seguidas quaisquer pistas consideradas com interesse, analisados todos os fluxos bancários e inquiridas todas as pessoas ligadas ao caso, realizando-se as diligências tidas como necessárias para a descoberta da verdade».

Tal como foi dito nos últimos dias, «não foram recolhidos até este momento indícios que permitam levar à constituição de arguido de quem quer que seja», pelo que «logo que a Lei Portuguesa o consinta será dado conhecimento público das diligências efectuadas, desde que o processo se iniciou em 2004, com uma carta anónima recebida na Polícia Judiciária de Setúbal».

Ao contrário do que foi noticiado, «a carta rogatória inglesa agora divulgada pela Comunicação Social, foi recebida no Departamento Central de Investigação e Acção Penal em 19 de Janeiro do corrente ano e irá ser cumprida, de acordo com a Convenção sobre a Cooperação Internacional em Matéria Penal, como tem acontecido durante a investigação». Inicialmente referia-se que era em Dezembro.

Em todo o caso, «os alegados factos que a Polícia inglesa utiliza para colocar sob investigação cidadãos portugueses são aqueles que lhe foram transmitidos em 2005 com base numa denúncia anónima, numa fase embrionária da investigação, contendo hipóteses que até hoje não foi possível confirmar, pelo que não há suspeitas fundadas».
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