«Desfibrilhadores em todo o lado» - TVI

«Desfibrilhadores em todo o lado»

  • Portugal Diário
  • Fátima Casanova
  • 31 jan 2008, 19:40
Inem (foto de arquivo)

Cardiologista aplaude a iniciativa da Sonae e diz que os bombeiros deviam poder usar os aparelhos de reanimação. «O INEM está a precisar de uma limpeza», acusa Hipermercados usam desfibrilhador Socorro: qual o papel dos bombeiros?

Relacionados
«Qualquer cidadão que tenha formação tem competência para usar um desfibrilhador, porque agora esses aparelhos são automáticos», defende Carlos Ramalhão, antigo presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Recorde-se que os bombeiros estão impedidos pelo INEM de utilizar cem desfibrilhadores, comprados desde 2004, altura da morte do jogador Fehér. No entanto, os seguranças dos hipermercados da Sonae, por onde passam semanalmente dois milhões de portugueses, já utilizam estes aparelhos de reanimação cardiorespiratória há cerca de quatro anos.

O cardiologista considera que «o INEM está a precisar de uma limpeza», porque não permite que os bombeiros utilizem os aparelhos, mesmo tendo formação.

Contactado pelo PortugalDiário sobre esta situação, o INEM apenas diz: «Preferimos não comentar», disse fonte do gabinete Luís Cunha Ribeiro.

Segundo o cardiologista Carlos Ramalhão, o funcionamento do desfibrilhador automático é simples. «Basta colocar o desfibrilhador na vítima que ele faz a avaliação do corpo e efectua a descarga eléctrica».

O aparelho devia existir «em qualquer lado que se junte gente, como estádios, centros comerciais», defende. Os desfibrilhadores já são vulgares nos Estados Unidos. «Em Nova Iorque, no aeroporto Kennedy, há um desfibrilhador à entrada de cada uma das mangas para os aviões», recorda.

«Usar o desfibrilhador é um dever de cidadania, quem o faz está a salvar uma vida», acrescentou.

Como são feitos os cursos?

A responsável pela Associação Salva-Vidas que ministrou o curso de reanimação na Sonae confirmou ao PortugalDiário que apenas os seguranças da empresa tiveram formação para a Desfibrilhação Automática Externa (DAE). «Foi apenas aos seguranças», vincou a directora e médica Cristina Granja. As caixas e outros funcionários destas grandes superfícies não possuem essa formação. Os cursos são dados por «formadores creditados e profissionais da Saúde», esclareceu.

Bombeiros têm formação semelhante

Os bombeiros voluntários fazem formação em hospitais públicos. Este curso para DAE pode ser ministrado no Hospital Amadora-Sintra e no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, segundo informações prestadas pelo Comandante da Liga dos Bombeiros Portugueses, Fernando Vilaça.

Estes cursos são continuados, ou seja, os formadores fazem um acompanhamento periódico dos formandos, recebendo relatórios do seu uso dos desfibrilhadores. No entanto, os bombeiros ainda não tiveram possibilidade de salvar vidas com os cursos que têm tido.
Continue a ler esta notícia

Relacionados