Crianças expostas ao fumo correm «enorme risco» de doenças - TVI

Crianças expostas ao fumo correm «enorme risco» de doenças

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Tabaco: inquérito realizado em escolas revela que uma em cada três crianças é fumadora passiva dos cigarros de adultos

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Um inquérito realizado pelo Hospital de Santa Maria em escolas revelou que um terço das crianças esteve exposta ao fumo dos cigarros de adultos, sobretudo pais e mães, e corre «enorme risco» de desenvolver doenças, algumas delas mortais. Os dados foram divulgados à agência Lusa por Teresa Bandeira, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria, que participou no estudo, a ser publicado brevemente na revista portuguesa de pneumologia.

«Os pais não têm noção da gravidade da exposição passiva. Fumam em casa e sobretudo no automóvel. Não têm noção de como é grave fumar ao pé das crianças», afirmou a pediatra.

Teresa Bandeira especificou que nestes casos é muito maior a incidência de pieira, tosse, doenças respiratórias, cardio-respiratórias e até cancro.

Teresa Bandeira falava a propósito de um estudo divulgado esta sexta-feira pela revista Lancet, que conclui que o tabagismo passivo provoca mais de 600 mil mortes por ano em todo o mundo, sendo que 165 mil dessas vítimas são crianças.

A pediatra afirma que os dados deste estudo não são objectivos, pois não há registos de óbitos por fumo passivo, mas antes baseados em estimativas.

A pediatra considera ainda assim que esse «cálculo de risco» é importante para alertar para as doenças que podem advir da exposição ao fumo, nomeadamente aquelas que podem ter como consequência a longo prazo a morte.

«O passivo acaba por sofrer agressão sem capacidade de intervenção, sobretudo a criança, que é mais indefesa porque não tem capacidade deliberativa. O adulto pode evitar exposição afastando-se ou mandando o fumador afastar-se», explica.

Sensibilizar os pais é o mais importante, considera a pediatra, que se mostra convicta de que quando os pais estão conscientes dos riscos a que estão a expor os filhos tendem a evitar.

O estudo feito pelo Hospital de Santa Maria, em Lisboa, é posterior à entrada em vigor da lei (37/2007 de 14 de Agosto) e baseou-se em 313 inquéritos realizados em diversas escolas da cidade de Lisboa.
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