Lentidão da justiça: avalancha de queixas - TVI

Lentidão da justiça: avalancha de queixas

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Tribunal Europeu dos Direitos do Homem está preocupado. Estado português já foi condenado a pagar indemnização pelos atrasos

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O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem manifestou terça-feira a sua preocupação pela avalancha de queixas contra o Estado português nos tribunais administrativos por lentidão da Justiça, noticia a Lusa.

A preocupação está estampada num acórdão da 10/a secção do Tribunal de Estrasburgo, que condena o Estado português a indemnizar em 9.500 euros um casal de emigrantes que esperou quase nove anos e meio para que a justiça decidisse uma acção de despejo.

No acórdão, a que a agência Lusa teve hoje acesso, a instância judicial comunitária critica também o Ministério Público português por, na qualidade de representante do Estado, ter posições diferentes nos tribunais nacionais e nos internacionais.

Critica igualmente a «incerteza» da jurisprudência do Supremo Tribunal Administrativo e a demora das suas decisões. No caso que originou este acórdão, o Tribunal Europeu concordou com os queixosos, que referiam que os mecanismos internos para se queixar da duração dos processos eram ineficazes, nomeadamente as acções nos tribunais administrativos contra o Estado por demora da justiça.

Em causa está, neste processo, uma acção de despejo intentada em 1993 no Tribunal de Matosinhos por um casal de emigrantes em França. O casal ganhou a questão, mas o processo chegou ao Supremo Tribunal Administrativo, arrastando-se até 2004, por um período de nove anos e cinco meses.

Os tribunais administrativos, incluindo o Supremo Tribunal Administrativo, disseram que tal duração era normal e até nem havia danos. «Só no Tribunal Europeu é que os queixosos encontraram justiça», concluiu o advogado Jorge J. F. Alves, que representou os queixosos nesta acção.
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