Polícia: manifestação de agentes vai ser o «começo de uma luta»

A manifestação de polícias no dia 27 de Maio «vai ser o começo de uma luta e não o fim», garante Paulo Rodrigues, da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), que se reúne esta quinta-feira, no Porto, com delegados sindicais.

«Não podemos sujeitar, não só os polícias, como os cidadãos, a um estatuto que vai prejudicar todos e é por isso mesmo que vamos encetar uma luta até que o Governo compreenda que é preciso fazer alterações no sentido de beneficiar todos», referiu à Lusa o presidente da ASPP/PSP.

Em causa está o estatuto profissional, que entrou em vigor em Janeiro e sobre o qual os polícias apresentaram, em Fevereiro, propostas de alteração, sem obter «qualquer feedback» por parte do ministro da Administração Interna, que «disse publicamente que alguns dos artigos podiam ser revistos».

Os polícias esperavam que o novo estatuto resolvesse «os problemas que o anterior criou» e que solucionasse «algumas injustiças, ao nível da progressão da carreira», mas o actual documento «é de difícil aplicação», e não serve «os interesses nem dos polícias nem da polícia», assinalou Paulo Rodrigues.

Novos agentes arriscam-se a manter o mesmo posto para toda a vida

«Neste momento, estamos condicionados na progressão da carreira, o que causa logo uma desmotivação à partida, porque mesmo os novos agentes, que vão entrar ou vão sair da escola em 2011, arriscam a ser só agentes toda a vida», lamentou.

De acordo com o sindicalista, são duas as questões fundamentais por trás da manifestação agendada: «a progressão na carreira» e a resolução do «problema da categoria dos subcomissários», que «foi absolutamente esmagada pela categoria inferior».

«O Governo, na altura, reconheceu o erro, mas infelizmente há um silêncio absoluto que tem provocado alguma revolta nos profissionais», sublinhou.

Está marcado para esta quinta-feira um encontro regional de delegados sindicais e associados da ASPP/PSP, pelas 14:30, na sede regional do Porto. De acordo com o dirigente sindical, este é o primeiro de três encontros marcados para Norte, Centro e Sul do país, durante os quais se pretende «ouvir aquilo que vai na alma dos polícias».