Cerca de duzentas pessoas manifestaram-se hoje, em Alijó, contra o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) durante o período nocturno, anunciado pelo Ministro da Saúde para «depois das Festas», noticia a Lusa.
O presidente da Câmara de Alijó, o socialista Artur Cascarejo, disse que ainda não teve conhecimento oficial do encerramento nocturno do SAP, mas o ministro Correia de Campos, no decorrer de uma visita sexta-feira, a Chaves, já confirmou o seu fecho.
Para além do SAP de Alijó, até ao final do ano fecham ainda os de Vila Pouca de Aguiar e Murça, o serviço de urgência da Régua e o bloco de partos de Chaves.
Perto de duas centenas de habitantes de Alijó quiserem mostrar o seu descontentamento pela decisão ministerial que, dizem, vai ser muito prejudicial para a população local que é maioritariamente idosa. Artur Cascarejo considera que se o SAP encerra por ser um serviço sem qualidade, então o Governo tem que criar contrapartidas que, na sua opinião, passam pela «criação de uma urgência básica no concelho».
É que, de acordo com o autarca, também em Montalegre vai ser criada uma urgência básica e as justificações são, na sua opinião, as mesmas, ou seja, a distância ao hospital mais próximo. «Na sede de Alijó estamos a 47 quilómetros do hospital de Vila Real mas há aldeias do concelho que estão a mais de uma hora de distância da unidade hospitalar mais próxima», sustentou. Sublinhou ainda que, com o encerramento de todas aquelas estruturas, o hospital de Vila Real poderá mesmo «entupir».
Artur Cascarejo referiu ainda o elevado investimento privado, na área do turismo, que existe e está previsto no município, e frisou que os «investidores não vão querer apostar num concelho onde não existe uma urgência no período nocturno».
O responsável adiantou ainda que a autarquia poderá estudar parcerias «público-privadas» com vista à criação de uma unidade hospitalar de qualidade no concelho, à semelhante dos hospitais privados que estão a ser construídos em Mirandela e Vila Real.
Por sua vez, um dos manifestantes, António Fontinha alertou para a inexistência de ambulâncias do INEM no concelho, o que considerou que poderá ser prejudicial para as populações. «Ninguém pode escolher hora para ficar doente», salientou. Maria Amélia Costa lamenta também o encerramento do SAP e diz, segundo as suas contas, que se tiver que chamar um táxi para ir ao hospital de Vila Real terá que pagar 45 euros.
Manifestação «antes das Festas»
- Portugal Diário
- 23 dez 2007, 17:22
Alijó: populares na rua contra fecho de urgência nocturna
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