«É um desespero enorme» - TVI

«É um desespero enorme»

Portugueses sequestrados na Venezuela

Família dos quatro portugueses sequestrados na Venezuela continua sem qualquer informação e começa a desesperar. «Nunca pensámos que isto nos pudesse acontecer», disse ao PDiário a irmã de David, raptado domingo com o filho e os sobrinhos

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«Gostaríamos que nos dissessem alguma coisa, que nos ligassem, que dessem um sinal, mas já passaram três dias e nada acontece. É um desespero enorme», contou ao PortugalDiário Nilda Barreto, irmã de David, o homem que foi raptado juntamente com o seu filho (David Mariano Barreto Vales, 11 anos) e dois sobrinhos (Alberto Luís e José Barreto Parra Barreto, de 13 e 10 anos, respectivamente).

Em casa da família Barreto é grande a ansiedade. «Estamos todos juntos aqui em casa da nossa mãe, Virgínia, à espera que surja alguma novidade», frisou, em conversa telefónica nesta quinta-feira, a partir de San Cristóbal, no sul da Venezuela.

Nilda, que tem servido como uma espécie de porta-voz da família, fazendo questão em falar sempre em português, agradece o apoio dado pelas autoridades: «Desde o primeiro dia que fomos muito acompanhados por Portugal, através do consulado local. Está uma pessoa a seguir a situação de muito perto e sempre que precisamos de alguma coisa temos ajuda garantida». Armindo Duarte Ferreira é o cônsul de San Cristobal, responsável pela ligação com as autoridades.

«Nunca imaginámos que podia acontecer»

A vida não tem sido nada fácil para os emigrantes portugueses que vivem na Venezuela. Muitos regressaram ao país de origem e os que resistem acabam por lidar com situações complicadas. A família Barreto sabe disso, por casos que sucederam com pessoas conhecidas, mas nunca pensou que o mesmo lhes acontecesse.

«É algo novo para nós. Nunca imaginámos que podia acontecer, apesar de todos os riscos. Muitos de nós já nascemos cá», referiu, confirmando que o seu irmão David nasceu no país da América do Sul, mas tem também nacionalidade portuguesa. São, aliás, quatro portugueses, apesar das raízes ao país serem meramente familiares.

Antes de pedir desculpa por não poder dizer mais, até porque é importante manter o telefone desocupado, Nilda quer deixar uma mensagem especial: «A nossa família agradece todo o apoio que tem recebido de Portugal. É um carinho e um conforto muito grande que nos estão a dar, por isso só temos de agradecer e esperar que tudo isto se resolva rapidamente».

o PortugalDiário falou com o gabinete de relações públicas da Guarda Nacional de San Cristóbal, mas de acordo com a porta-voz «não há mais novidades». Todavia, foi garantido que assim que houver novas informações «ela será enviada aos jornalistas».
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