Estudantes na rua contra Governo «sem educação» - TVI

Estudantes na rua contra Governo «sem educação»

Pouco mais de meia centena de alunos em protesto frente à Assembleia da República

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A organização do protesto de estudantes do ensino superior hoje em Lisboa afirmou que a manifestação chegou a juntar cinco mil pessoas, mas visivelmente ficaram nas centenas os que desfilaram até ao Parlamento.

No fim do trajecto entre o Marquês de Pombal e a Assembleia da República, não seriam mais de 500 os estudantes, embora ruidosos e com muitas palavras de ordem contra propinas, contra os cortes na acção social e contra um governo «sem educação».

O dirigente da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa João Fonseca afirmou aos jornalistas que na manifestação os estudantes mostraram «muita força» e afirmou que «no auge» do trajecto, à passagem pela rua Brancaamp, eram «mais de cinco mil».

Confrontado com o número muito mais reduzido que chegou à frente da Assembleia, afirmou que «muitos desmobilizaram».

«Têm aulas e frequências», justificou, acrescentando que mais importante que a participação é ter-se conseguido «fazer no último mês uma campanha de contactos e agitação» pelas associações académicas do país.

João Fonseca afirmou que «vieram estudantes de Braga, Coimbra, Évora e Tomar», entre outras cidades e desvalorizou a ausência da Universidade de Coimbra, salientando que «não representa o movimento associativo nacional» e que está hoje em processo de eleição.

Acrescentou que a luta continua «amanha» nas instituições de ensino superior e que foi escolhido o Parlamento como destino dos manifestantes porque é ali que será votado um Orçamento do Estado com grandes cortes de financiamento no sector.

Da Guarda, os estudantes do Politécnico vieram também manifestar-se contra os cortes que ameaçam em muitos casos a permanência dos alunos no ensino superior.

É o caso de David, estudante de Desporto, que disse à Agência Lusa que abandonar o ensino é um risco bem presente, porque os seus pais «não têm posses» para fazer face às diminuições nos apoios sociais.

Em frente à escadaria, os estudantes leram e aprovaram uma moção em que condenam os cortes no ensino superior, particularmente as restrições na atribuição das bolsas - «só quem é órfão e não tem rendimentos é que tem direito à bolsa máxima» - e o fim da redução de 50% nos passes de transportes sub-23.

À chegada a São Bento, os manifestantes tinham à espera um dispositivo policial com cerca de duas dezenas de agentes posicionados na escadaria.

Ao todo, uma dúzia de carrinhas da polícia e várias dezenas de agentes acompanharam o trajecto da manifestação.
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