Governo desaconselha viagens para a Guiné-Bissau - TVI

Governo desaconselha viagens para a Guiné-Bissau

Paulo Portas no Parlamento (Lusa/Miguel A.Lopes)

O ministro Paulo Portas reforça também que os portugueses residentes em Bissau foram aconselhados a ficar em casa. Forças Armadas portuguesas elevam nível de prontidão

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O Governo português condena o golpe militar em curso na Guiné-Bissau e garante estar a acompanhar a situação naquele país africano, desaconselhando as viagens de cidadãos nacionais.

«A embaixada portuguesa em Bissau tomou as providências adequadas, do ponto de vista do contacto com os membros da nossa comunidade, que foram aconselhados a ficar em suas casas. E o Governo português também expressa de modo nítido que é desaconselhável qualquer deslocação para aquele país neste momento», disse Paulo Portas, no início da Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros.

Entretanto, a Força de Reação Imediata (FRI) das Forças Armadas portuguesas está a elevar o seu nível de prontidão, por causa do agravamento da situação na Guiné-Bissau, disseram à agência Lusa fontes militares.

De acordo com as fontes, forças especiais, paraquedistas e fuzileiros receberam ordens nas últimas horas para aumentar a velocidade de resposta para «acautelar» qualquer eventualidade.

Parlamento aprova voto de condenação do golpe militar

A Assembleia da República aprovou, esta sexta-feira, por unanimidade um voto de condenação de «um novo golpe militar» na Guiné-Bissau, apelando a que seja «preservada a integridade física» dos responsáveis políticos guineenses e à reposição da «normalidade constitucional».

«A Assembleia da República condena veementemente o golpe militar na Guiné-Bissau e apela aos instigadores da violência e da instabilidade para devolverem a tranquilidade, a paz, a segurança e a normalidade democrática ao país e ao povo guineense», lê-se no texto apoiado por todos os deputados portugueses.

O Parlamento sublinha ainda que espera «que a CPLP tome também uma posição rápida para contribuir para a reposição da normalidade constitucional», lembrando que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e o Governo português já condenaram o ocorrido na noite passada na Guiné-Bissau.

«Apelamos veementemente a que seja preservada a integridade física do primeiro-ministro e candidato presidencial Carlos Gomes Júnior e a que seja imediatamente libertado pelos militares que o têm detido. Apelamos a que seja preservada também a integridade física de outros titulares de órgãos de soberania e de todos os cidadãos guineenses, portugueses e de outras nacionalidades», lê-se no mesmo texto.

Os deputados apelam ainda «a que a normalidade constitucional regresse à Guiné-Bissau e a que as instituições políticas e administrativas do país funcionem, particularmente para que as eleições presidenciais previstas para o próximo dia 29 de abril se realizem sem sobressaltos».

«É fundamental que as rádios e a televisão retomem, com toda a normalidade, as emissões e que as embaixadas deixem de estar cercadas por militares», lê-se na mesma nota de condenação, na qual o Parlamento português considera também que «deve ser feito o apuramento das responsabilidades relativamente a mais este revés para o povo guineense».
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