Passos diz à Fenprof que é preciso poupar - TVI

Passos diz à Fenprof que é preciso poupar

Governo vai apertar o cinto também na educação. «Fazer tão bem ou melhor, com menos»

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O líder da Fenprof e o primeiro-ministro encontraram-se esta segunda-feira no primeiro dia de aulas. À porta da escola que Passos Coelho visitou esta manhã, em Viseu, Mário Nogueira confrontou o chefe de Governo com a colocação de professores.

Passos Coelho respondeu, ao líder sindical, dizendo que, também na Educação, será necessário gastar menos. «Não é possível cumprir as metas que temos para o Orçamento de Estado para o défice e para a dívida sem - também na Educação - fazer tão bem ou melhor, mas gastando menos».

«Para esse efeito temos de contar a colaboração dos professores», disse ainda o primeiro-ministro, neste breve encontro com Mário Nogueira, que não assinou o acordo com o Ministério da Educação para a avaliação dos docentes.

Cerca de meia centena de professores estavam à espera do primeiro-ministro. Mário Nogueira disse a Passos que os professores estão «extremamente preocupados, não tanto pela forma como abre» o ano lectivo, mas «pela forma como decorre e vai terminar».

Os cortes no orçamento da Educação são de «800 milhões» este ano, ao que se juntará «um novo corte de 500 milhões no próximo ano», sendo «1.300 milhões um quarto do orçamento total» neste sector.

Para Mário Nogueira estes cortes têm «consequências», não pela «questão do emprego dos professores», mas pela escola em si, pelo «funcionamento das escolas, a qualidade do ensino, os apoios sociais às famílias»

Mário Nogueira lamentou que mais professores tenham ficado sem colocação, uma vez que «de repente as escolas ficaram a precisar de menos professores».

«Lendo o documento estratégico para o orçamento até 2015, preocupa-nos quando vemos lá o aumento do número de alunos por turma, que faz perder qualidade ao ensino, o continuar a encerrar escolas ou continuarem os mega-agrupamentos», contou.

Mário Nogueira admitiu ser preciso racionalizar, mas solicitou para que «não se esmaguem aqueles que não podem ser esmagados e que não fique o país de rastos no fim».

Passos Coelho argumentou que o Governo não deve criar ilusões aos portugueses, indicando que, se os ministros da Saúde e da Educação não cumprirem a sua missão de gastar centenas de milhões de euros a menos, o Serviço Nacional de Saúde e o sistema educativo ficam em causa, «porque deixará de haver meios financeiros para poder acudir».
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