Sida: falta de dinheiro deixa doentes sem tratamento - TVI

Sida: falta de dinheiro deixa doentes sem tratamento

Dia Mundial da SIDA – Índia

Problema arrasta-se há mais de seis meses na Madeira. Denúncia negada pelo Serviço Regional de Saúde

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ACTUALIZADA ÀS 21h05

O presidente do Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/Sida (GAT) alertou que há doentes com VIH em tratamento na Madeira que tiveram de interromper a medicação devido a problemas de financiamento na região autónoma.

A denúncia de Luís Mendão foi feita esta quinta-feira, durante a apresentação do «Movimento é melhor saber», uma plataforma que reúne várias organizações que intervêm no terreno na luta contra a sida e que têm como objectivo levar a que as pessoas façam o teste do VIH.

«Neste momento, todos os medicamentos ou a esmagadora maioria dos medicamentos de uso exclusivo hospitalar estão em risco de não haver para distribuição», disse à agência Lusa Luís Mendão, considerando «uma situação dramática e inaceitável», que se deve aos problemas de financiamento do sistema autónomo da Madeira.

Segundo o responsável, o problema arrasta-se há mais de seis meses. Há doentes que recebem um medicamento para o tratamento do VIH, quando geralmente tomam três medicamentos em conjunto.

Há casos em que as autoridades de saúde «dispensam alguns comprimidos para [os doentes] aguentarem uns dias, mas houve já doentes que interromperam a medicação e outros que receberam os critérios para começar o tratamento, mas não o iniciaram porque não há dinheiro disponível», lamentou.

«Penso que a República tem de saber exactamente o que se passa e resolver o problema com grande urgência porque estamos a pôr em risco a vida e a qualidade de vida das pessoas mas também a saúde pública e os gastos futuros no sistema nacional de saúde pública», frisou.

Luís Mendão disse que não foi a indústria farmacêutica que interrompeu o tratamento, reiterando que «é um problema da distribuição local da Madeira, que tem de ser resolvido com urgência».

Confrontado com esta situação, o director-geral de Saúde, Francisco George adiantou que «este caso não pode ser ignorado» e avançou que irá falar com as autoridades de saúde da Madeira para o esclarecer sobre o assunto.

Denúncia negada

O presidente do Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM) garantiu estar assegurada a atribuição de medicamentos aos doentes com VIH/Sida.

«Não houve, nem há, por banda dos doentes em tratamento ao VIH/Sida no Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, quer em internamento, quer em ambulatório, qua1quer interrupção de medicação e estão assegurados os stocks de medicamentos para fazer face à continuação dos respectivos tratamentos», garante, em comunicado citado pela Lusa.

No texto considera que estas notícias «pretendem, por razões não assumidas, sustentar estratégias de maledicência da Região e do serviço de Saúde com propagação ao espaço nacional» e adianta que estas notícias acabam por provocar, «levianamente, alarme na população e temor nos doentes».
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