Bombeiro denuncia «ilegalidade» no socorro - TVI

Bombeiro denuncia «ilegalidade» no socorro

  • Portugal Diário
  • 3 jan 2008, 20:08

Viana: feridos em acidente assistidos apenas por enfermeiro

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A VMER, afecta ao Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM), foi hoje socorrer os feridos num acidente em Vila Fria, Viana do Castelo, apenas com um enfermeiro, uma situação «inadmissível e ilegal», denunciou um bombeiro, citado pela Lusa.

Este profissional dos Municipais de Viana do Castelo, disse que, «por lei», a tripulação de uma VMER (viaturas médicas de emergência e reanimação) é sempre constituída por um médico e um enfermeiro.

«O que nos disseram é que a médica destacada para a VMER do CHAM estaria, nessa altura, a fazer outro serviço, o que também é proibido por lei, já que o pessoal médico não pode fazer rigorosamente mais nada, no período em que está escalado para essas viaturas», disse.

Segundo o bombeiro, esta situação levou a que também tivesse sido chamada ao local a VMER de Braga, «que demorou entre 40 minutos a uma hora» a acorrer ao local do acidente.

«Isto admite-se?», questionou o bombeiro profissional de Viana do Castelo.

A reacção do INEM

Contactado, o porta-voz do INEM, Pedro Santos, explicou que a gestão das VMER é da responsabilidade dos hospitais a quem as viaturas estão afectas.

«As VMER pertencem ao INEM, mas o serviço é assegurado e gerido pelos hospitais», sublinhou.

Contactada a responsável pelas Relações Públicas do CHAM, Elisabete Trigueiro, que explicou que o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) já sabia que, naquela altura, a VMER daquele Centro Hospitalar estava inoperacional, por falta de pessoal.

Por isso, frisou Elisabete Trigueiro, «o CODU contactou imediatamente a VMER de Braga».

«O que aconteceu é que o CODU decidiu, mesmo assim, enviar também para o local a VMER do CHAM, só com um enfermeiro, porque as informações que recebera, de quem telefonou a informar do acidente, apontavam para uma situação de muita gravidade», acrescentou frisando tratar-se «de um reforço».

Elisabete Trigueiro garantiu ainda que, naquela altura, não estava destacado nenhum médico para a VMER do CHAM, desmentindo assim que o clínico estivesse noutro serviço.

«O grande problema é que há falta de pessoal médico para as VMER, porque lhes é exigida uma formação em suporte avançado de vida que poucos estão dispostos a fazer. Por esta razão, volta e meia, as equipas da VMER estão desfalcadas e inoperacionais e foi o que aconteceu neste caso», acrescentou.

Ressalvou, no entanto, que a VMER de Viana do Castelo é uma das que apresenta, em Portugal, menor taxa de inoperacionalidade.

O porta-voz do INEM disse que a tripulação de uma VMER é constituída por médico e enfermeiro, mas ressalvou que, em situações muito excepcionais, a viatura pode seguir apenas com um enfermeiro.

«Desde que daí resulte algum benefício para o doente ou sinistrado», acrescentou.

Do acidente de hoje, em Vila Fria, resultaram três feridos sendo que, segundo os bombeiros, o caso mais grave é o de um homem aparentando entre 30 a 35 anos que teve que ser «imobilizado no local e retirado da viatura com colete de extracção».
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