A Câmara do Peso da Régua denunciou hoje que um paciente, «com sinais evidentes de doença urgente», que se deslocou na madrugada de segunda-feira à antiga urgência local, teve uma assistência demorada.
O serviço de urgência do Hospital D. Luíz I, no Peso da Régua, fechou à meia-noite de 21 de Dezembro por determinação do Ministério da Saúde, tendo sido implementado um sistema de consulta aberta e uma ambulância com Suporte Imediato de Vida (SIV).
Hoje, em carta aberta ao ministro da Saúde, a Câmara do Peso da Régua (PSD) denuncia a situação ocorrida na madrugada de segunda-feira, em que «não foi prestado socorro imediato e adequado a um paciente com sinais evidentes de doença urgente» que tinha sido transportado ao D. Luiz I «com suspeita de ataque cardíaco».
No documento, a autarquia refere que a ambulância SIV, estacionada no hospital, só foi autorizada a entrar em acção depois dos familiares do paciente terem ligado o 112 e terem aguardado «cerca de 15 minutos» pela autorização proveniente do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).
Posteriormente, e de acordo com autarquia, o paciente foi encaminhado para a referida ambulância e transportado em direcção ao nó da A24, a cerca de um quilometro do Hospital D. Luíz I (unidade hospitalar, que integra o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro).
Aí aguardou a chegada da viatura rápida do INEM, com um médico, que durante uma hora e meia procedeu à estabilização do doente naquele local.
A carta refere ainda, que o desfibrilhador da ambulância VMER não funcionou, sendo necessário recorrer ao equipamento da SIV, e que «só depois, é que o paciente foi finalmente encaminhado para o Serviço de Urgência do Hospital de Vila Real».
«É surrealista a perda de tempo»
«É surrealista a perda de tempo que implica a necessidade de um telefonema para o 112, bem como o tempo de resposta ao questionário que é feito por este serviço, quando a ambulância está mesmo ao lado», salienta a carta aberta da autarquia.
Sustenta também que, durante o período em que a ambulância esteve ausente do Hospital D. Luíz I, não esteve disponível qualquer tipo de socorro a outras situações emergentes que porventura tivessem surgido.
A Câmara de Peso da Régua sugere ao ministro Correia de Campos que ordene à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), «um inquérito rigoroso ao sucedido, do qual resulte o total e cabal esclarecimento das responsabilidades».
A autarquia liderada pelo social-democrata Nuno Gonçalves considera que a solução do Ministério da Saúde para o hospital local «não se revela adequada nem suficiente para as necessidades das populações».
A Assembleia Municipal da Régua aprovou por unanimidade, dia 27, uma moção contra o encerramento do serviço de urgência do D. Luiz I.
Urgência: autarca denuncia caso «surrealista»
- Portugal Diário
- 2 jan 2008, 19:27
Peso da Régua: doente urgente demorou a ser socorrido
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