"Era essencial para a transição": Pedrosa defende experiência de Fernando Pinto em consultoria milionária na TAP (e foi para o consórcio porque Neeleman ainda não tinha visto “gold”) - TVI

"Era essencial para a transição": Pedrosa defende experiência de Fernando Pinto em consultoria milionária na TAP (e foi para o consórcio porque Neeleman ainda não tinha visto “gold”)

Humberto Pedrosa (José Sena Goulão/Lusa)

Figura de Fernando Pinto foi uma das mais referidas durante a audição de Humberto Pedrosa na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP

Relacionados

Humberto Pedrosa, ex-acionista da TAP, defendeu os serviços de consultoria prestados à TAP por Fernando Pinto num contrato milionário de 1,6 milhões de euros que tem gerado muitas questões no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP.

Com a mudança de presidente executivo na TAP, Fernando Pinto era necessário para a transição. “Perante essa transição, era importante que pudesse continuar a dar essa colaboração”, afirmou aos deputados.

Pedrosa insistiu que Pinto “não foi ganhar mais do que aquilo que ganhava quando era assalariado da companhia”. “Não recebeu mais do que aquilo que recebia quando era CEO”, reforçou.

“Ele era essencial para a transição. Era o homem que conhecia a empresa. E todas as dúvidas que se levantavam era com ele que se pedia ajuda. Ele era assíduo na companhia. E quando não estava, estava sempre disponível”, acrescentou.

Pinto foi nomeado administrador (porque Neeleman ainda não tinha visto “gold”)

Humberto Pedrosa havia de clarificar que Fernando Pinto era administrador da Atlantic Gateway, o consórcio que controlava a TAP, por “exigência da ANAC”, o regulador da aviação, já que o grupo Barraqueiro, de que é dono, “não tinha experiência na aviação”.

Questionado sobre a existência de David Neeleman, que era especialista nessa área, Pedrosa lembrou as exigências europeias de um controlo europeu para a compra da TAP em 2015.

A bloquista Mariana Mortágua lembrou que em 2016 David Neeelman escreveu à ANAC a informar que já era cidadão comunitário depois de ter obtido um visto “gold” em Malta. “Em Chipre”, corrigiu Pedrosa, a sorrir.

Sem manutenção no Brasil não havia “slots” para a TAP

Fernando Pinto foi um dos protagonistas do negócio da manutenção no Brasil, muitas vezes encarado como um “buraco” para a TAP, com custos na ordem dos mil milhões de euros. Um “custo brutal”, diz o antigo acionista.

Pedrosa reconheceu que, quando chegou à TAP, a situação da Varig/VEM era “difícil” e que foram pedidas várias auditorias para confirmar a realidade da empresa, pedidas pela comissão executiva.

Contudo, lembrou que houve um impacto positivo para a TAP nesta aposta no Brasil: “Foi o negócio da ME Brasil que veio trazer para a TAP os ‘slots’. Há que fazer o balanço” entre o custo e os ganhos, disse.

Humberto Pedrosa admitiu mesmo que os chineses da HNA, que chegaram a fazer parte do capital da Atlantic Gateway, mostraram interesse na compra do negócio da manutenção no Brasil. “Na altura, eles comprava tudo o que aparecesse”, contou. Contudo, com a queda do grupo chinês, que lhe foi apresentado por Neeleman, Pedrosa e o parceiro tiveram de recomprar a participação.

Continue a ler esta notícia

Relacionados

EM DESTAQUE