Cooperação entre bactérias «para fins médicos» - TVI

Cooperação entre bactérias «para fins médicos»

Bactéria

Biólogos portugueses realizam estudo para perceber como manipular bactérias

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Biológos portugueses estudaram as relações de cooperação entre bactérias para compreender melhor a ecologia microbiana e perceber como poderão ser manipuladas para fins médicos ou de biotecnologia, escreve a agência Lusa.

As bactérias cooperam por intermédio da produção de proteínas segregadas para o meio ambiente, mas algumas limitam-se a aproveitar o trabalho das outras, agindo como parasitas na comunidade microbiana, segundo um estudo, publicado da revista «Current Biology».

Eduardo Rocha, o principal autor do trabalho explicou à Lusa que «isso levanta um problema evolutivo importante, na medida em que as bactérias oportunistas se reproduzem mais e, com o tempo, levam as cooperadoras à extinção».

A questão que se coloca, segundo este investigador do Instituto Pasteur, em Paris, é saber, no contexto de uma comunidade condenada a desaparecer por conter apenas parasitas, como poderá persistir a cooperação.

Essa cooperação é importante em muitas circunstâncias, como por exemplo na produção de biofilmes que facilitam a resistência aos antibióticos, numa melhor exploração do hospedeiro ou no favorecimento da exclusão de bactérias patogénicas do Homem.

«A cooperação é muito frequente tanto na natureza como entre os microrganismos que habitam o corpo humano, onde são benéficos na sua maioria, mas podem ser também uma importante fonte de virulência», acrescenta.

Compreender como se mantém ou se perturba essa cooperação, na sua perspectiva, «é essencial perceber a ecologia microbiana e como a manipular para fins médicos ou de biotecnologia», diz o especialista.

Neste trabalho, de que é primeira autora Teresa Nogueira, investigadora do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi usado um modelo matemático que prevê uma cooperação positiva entre bactérias se estas partilharem um gene para o mesmo bem comum, neste caso a produção da proteína segregada.
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