Francisco Vale partilhou a sua Curva da Vida e começou por fazer um agradecimento à mãe. «A minha mãe esteve sempre lá para mim, devo-lhe tudo. Só lhe disse que a amava uns dias antes de vir para o programa e foi uma sensação de arrependimento por não me ter chegado à frente»
Admite que o futebol foi «o escape» e a «salvação» da sua infância. Conta que teve problemas na escola com os mais velhos e que até sofreu violência. Dos 12 aos 20 anos, viveu uma fase muito difícil. Perdeu um avô e a avó paterna. «Aí assim comecei a perceber o que é a morte», diz, a chorar. A morte do tio também «foi muito difícil de lidar». «Sentia que as pessoas estavam a ir uma a uma. Passei dias e dias fechado num sótão sem querer comer. A minha mãe levei levou-me a um psicólogo, fui lá uma vez, sinto que estou a dar parte fraca», revela.
Um dos momentos mais difíceis de Francisco Vale aconteceu devido a um relacionamento que queria terminar, mas não conseguia. Ao tentar terminar o namoro, foi encostado entre a espada e a parede: «Disse se o fizesse que se ia matar». «Cheguei a pensar que tipo de homem que sou eu que não consegue sair desta situação (…) Um dia quando sai da casa dela fechei os olhos e deixei o carrro ir, o carro bateu na rotunda, parou sozinho. Fiquei a chorar algumas horas e depois pensei: «Porquê? porque deus não que que vá já. Nunca contei isto aos meus pais. Tenho muita vergonha nisto.»
A relação viria a terminar mais tarde. «Foi preciso ir de Erasmus para conseguir finalmente terminar».
Perdeu mais um familiar e nessa altura viria a ser diagnosticado com uma depressão. «Foi muito doloroso. Fui diagnosticado com uma depressão, tomei medicação durante um ano»