Cabo Verde: Nova Lei vai blindar tentativas de lavagem de dinheiro - TVI

Cabo Verde: Nova Lei vai blindar tentativas de lavagem de dinheiro

«Aqui somos implacáveis»

Relacionados
O Governo de Cabo Verde está decidido a fazer tudo o que for possível para evitar que Cabo Verde seja um país onde se faça lavagem de capitais.

Numa entrevista à agência «Lusa», o primeiro-ministro do país, José Maria Neves, que está em Lisboa em escala para uma visita de uma semana aos Estados Unidos, para onde parte quinta-feira, comentava assim o envolvimento do Banco Insular (BI), de Cabo Verde, nas «irregularidades de gestão» ligadas ao Banco Português de Negócios (BPN).

«Vamos apresentar no Parlamento uma lei que vai bloquear, ou blindar mesmo, quaisquer tentativas de lavagem de capitais em Cabo Verde. Em relação aos bancos off-shore, estamos a tomar todas as medidas de modo a que Cabo Verde não seja, de modo algum, um espaço de lavagem de capitais. Aqui somos implacáveis. Vamos tomar todas as medidas necessárias, porque não queremos, nem de perto nem de longe, que Cabo Verde seja um país de tráficos ou de capitais ilícitos», frisou.

Autoridades cabo-verdianas detectaram irregularidades e actuaram

Quando questionado sobre como encarava este assunto, José Maria Neves respondeu que o fazia «com naturalidade. Há um banco, sediado em Cabo Verde, e há algumas irregularidades na gestão desse banco. As autoridades reguladoras funcionaram e tomaram as medidas preventivas necessárias. Espero que, agora que as autoridades portuguesas têm em mãos todos os dados relativamente ao BI, possam agir para debelar definitivamente os maus negócios realizados por esse banco», afirmou.



Sobre o montante em causa (360 milhões de euros), José Maria Neves admitiu tratar-se de um «volume grande de negócios ilícitos», reafirmando, porém, que as autoridades de regulação de Cabo Verde «funcionaram e detectaram as irregularidades», tomando, então, «as medidas pertinentes».

País quer ser visto com credibilidade

«Estamos a fazer tudo para que esta situação não manche a imagem de Cabo Verde. O que nós pretendemos é uma praça financeira com credibilidade e com qualidade no plano internacional», insistiu.

«Estamos disponíveis para dar todo o apoio necessário para que este caso seja esclarecido. O que Cabo Verde não quer é que, nem de perto nem de longe, haja a ideia de que é possível aproveitar-se o país para operações ilegais ou lavagem de capitais. Queremos o desenvolvimento e o crescimento de Cabo Verde mas de forma decente», frisou.
Continue a ler esta notícia

Relacionados