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Fusões e aquisições são a «tábua de salvação» da construção em Portugal

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As fusões e aquisições serão o futuro do mercado da construção, segundo as associações do sector (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas e a Associação Nacional de Empresas de Obras Públicas) contactadas pela «Agência Financeira».

A aquisição da Abrantina pelo grupo Lena, a Sopol pela OPCA, são os mais recentes exemplos de fusões que assistimos no mercado nacional. Mais antiga a fusão entre o grupo Mota e a Engil Sociedade de Construções.

Concentração e consolidação são apontadas, pelas mesmas associações, como as palavras-chave para as construtoras «se modernizarem e competirem com outras, principalmente de maior dimensão».

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Medidas de concentração vão continuar

Para o secretário-geral da Associação Nacional de Empresas de Obras Públicas (ANEOP), Manuel Agria esta tendência de concentração no sector «era inevitável» mas, é vista pelo mesmo, «como uma medida muito positiva».

Já para o presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Reis Campos, «é natural que se continue a assistir nos próximos tempos a mais fusões e aquisições» e, segundo o mesmo, tem como objectivo conquistar mercado, adquirir competências numa determinada especialidade, ganhar dimensão para ficar menos vulnerável.

Apesar deste reforço, o sector continua a carecer de especialização, de acordo com Manuel Agria. «Apesar de estarmos a assistir a estes reajustamentos no mercado o sector continua a ter uma grande lacuna na área de especialização».

Aliás, o presidente da Mota-Engil, António Mota, tem vindo a defender a existência de três empresas com a dimensão da sua, enquanto as restantes deveriam-se especializar. A AICCOPN respondeu a esta opinião, afirmando que «convém não esquecer que por maiores que sejam as empresas nenhuma delas sobrevive sem subcontratar serviços. Não é por acaso que em quase todos os países este sector está muito fragmentado e que a imensa maioria das empresas que o integram é de pequena ou mesmo de pequena dimensão».

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Seguir o exemplo de Espanha

No entender das duas associações, Portugal está a seguir o mesmo trajecto que Espanha fez nos últimos anos e onde se assistiu a mais de 20 fusões. «Espanha antecipou-se, percebeu que o sector da construção não era indefinidamente sustentável e assistiu-se a uma redução do número de empresas através deste processo de consolidação. Hoje em dia tem as maiores empresas da Europa», reconhece o responsável da ANEOP.

Já a AICCOPN considera que esta tendência poderá ser uma solução para as construtoras poderem ganhar alguma dimensão e poderem «atacar» o mercado internacional. «Mas além das fusões, há outras soluções podem ser utilizadas como é o caso da associação pontual entre organizações para conquistarem determinadas obras e mercados».

TGV e OTA terão de avançar

As obras como o TGV e a OTA são consideradas, pelas duas associações contactadas pela «Agência Financeira», «essenciais e determinantes» para revitalizar o sector.

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«Estas duas obras pela sua dimensão, quando entrarem em velocidade cruzeiro terão um impacto muito significativo na actividade deste sector», garante Reis Campos que, no entanto, chama a atenção para a necessidade de avançar outras infra-estruturas, já que para este, «o país não precisa apenas de um novo aeroporto e de linhas-férreas de alta velocidade».

Uma opinião partilhada por Manuel Agria ao afirmar que Portugal «não pode continuar com esta política de restrição orçamental».

Para este ano, as perspectivas de crescimento no sector «não são as melhores» segundo a ANEOP e a AICCOPN, só prevendo melhorias para 2008. «Apesar de estamos a assistir a alguma recuperação da economia portuguesa, tal não deverá reflectir-se no sector da construção, que deverá sofrer uma nova contracção na casa dos 2,6 por cento», acrescentando ainda que «2008 deverá marcar o início da recuperação da actividade de construção», conclui a AICCOPN.

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