As conclusões, apresentadas esta quinta-feira no modelo de negócio da Rave, são de um estudo desenvolvido para ilustrar as potencialidades financeiras deste projecto que vai assentar numa solução que procura obviar o esforço financeiro do Estado na fase inicial, mas que compromete dinheiros públicos a longo prazo.
O Estado assegura receitas a partir de portagens virtuais, não pelo número de comboios que circulem nas linhas, mas sim pela capacidade instalada.
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Sobre as seis parcerias previstas para a exploração da rede, num prazo previsto de 40 anos, o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, Carlos Pina, disse que estas «podem ser seis, cinco ou quatro. O que está neste projecto não é um modelo fechado, mas uma proposta para alta velocidade» ainda sujeita a discussão, acrescentou.
O membro do Governo disse ainda na sua apresentação que «espera que haja um efeito potenciador do crescimento e desenvolvimento económico do país».
TGV «é mais vantajoso» com recurso a privados
Para Carlos Pina, o modelo para Rave poderia ser inteiramente sustentado pelas contas públicas, mas «essa não seria uma boa escolha. As vantagens deste modelo de parcerias de investimento apresentam vantagens competitivas e melhora o nível de risco».
O projecto para o TGV contempla investimento privado a 45 por cento, público a 36% e fundos comunitários na ordem dos 19%, sendo que os custos para os eixos Lisboa-Porto e Lisboa-Madrid se situe nos 7,1 mil milhões de euros, menos 600 milhões de euros do que o inicialmente previsto.
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Em vez dos 4,7 mil milhões de euros para o eixo de Lisboa-Porto, incluindo as seis estações, a Rave prevê que sejam gastos 4,5 mil milhões de euros, e que, em vez dos 2,4 mil milhões de euros para a alta velocidade entre Lisboa e Caia (excluindo a terceira travessia do Tejo), sejam gastos 2 mil milhões de euros.
Este modelo «ajuda a defender a sustentabilidade das finanças públicas, o que já se saldou na poupança de 600 milhões de euros», disse Carlos Pina.
Terceira ponte vai custar 1,2 mil milhões só em linha ferroviária
De acordo com dados do modelo de negócio da Rave, a terceira travessia do Tejo entre Chelas e Barreiro conta com um investimento previsto de 600 milhões de euros para a alta velocidade e de outro tanto para o modo ferroviário tradicional.
Quanto à existência de uma solução rodoviária para este trajecto, esta está ainda em avaliação.
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