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Governador sobre a crise: «Não havia necessidade»...

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Crise europeia leva Carlos Costa a dizer "não havia necessidade

O governador do Banco de Portugal recorreu esta quarta-feira a uma frase humorística criado por Herman José nos anos 90 - «não havia necessidade» - para explicar a sua percepção sobre a crise europeia que, disse, não é a única causa dos problemas que vive Portugal.

Segundo a Lusa, Carlos Costa, que falava num almoço-debate em Madrid, fez um retrato da actual situação da economia portuguesa, afirmando que o país vive a confluência de três crises - a internacional (dos Estados Unidos), a Europeia - que «não havia necessidade» - e a portuguesa.

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«Sem a crise financeira internacional teríamos o mesmo problema dentro de alguns anos. É um problema de sustentabilidade de todas as economias que têm problema de défice externo e de défice público persistentes».

«A economia portuguesa está num retrocesso, de ajuste, que não pode nem deve ser considerado como uma mera implicação da crise internacional. É o resultado do acumular de desequilíbrios, de uma trajectória insustentável do endividamento público e privado».

Apesar de Portugal estar «confrontado com desafios que não são fáceis» - consequência de «problemas seculares», Carlos Costa mostrou-se convicto que «há todos os motivos para pensar que se podem alcançar todos os objectivos».

«Os desafios são muito difíceis. Desafios seculares que vêm do século XVIII ou XIX, que não podemos resolver e que agora a sociedade portuguesa tem que resolver. E não podemos responder aos desafios imediatos se não respondermos aos desafios antigos, com que a economia e a sociedade portuguesa está confrontada».

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Carlos Costa ressaltou a necessidade de um processo de «desenvolvimento sustentável», combatendo a «insuficiência de competitividade que é estrutural» e que no passado foi colmatada pelas «remessas dos imigrantes, pelos fundos estruturais, pelo ouro do Brasil».

«Resolvemos os problemas com benefícios temporários, mas não de uma forma sustentável. É preciso uma economia mais competitiva, orientada para as exportações. Precisamos de ter um peso das exportações no PIB muito mais largo do que temos agora».

Para isso, Carlos Costa defende um crescimento de 15 por cento nas exportações nos próximos anos pelo que deve apostar-se nos sectores de bens exportáveis e em melhorar as condições para o investimento.

Carlos Costa falava em Madrid onde participou num almoço debate promovido pela Câmara Hispano-Portuguesa e a que estão associadas as principais entidades dos dois lados da fronteira.

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