Nogueira Leite defendeu esta terça-feira ser «altura» de o Governo avançar com um «plano credível» de racionalização da despesa.
«Não basta apertar, é preciso racionalizar», disse o economista à Lusa, à margem de um congresso sobre Portos e Transportes Marítimos, a decorrer em Lisboa.
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Ressalvando que a sua posição é pessoal e não reflecte a posição do seu partido (PSD), Nogueira Leite deu como exemplo de falta de racionalização «os múltiplos departamentos» que continuam existir nos vários ministérios deste Governo.
«A despesa corrente primária está a crescer muito, nos quatro por cento. E na despesa total o Estado está a cortar onde é fácil, que é no investimento», afirmou.
Recorde-se que o Governo anunciou na segunda-feira que a despesa do Estado cresceu 2,7% entre Janeiro e Agosto deste ano, mas continua a «registar uma desaceleração consistente» desde Junho.
Sistema contabilístico do país «nem sempre é claro»
Os dados disponibilizados indicam que a desaceleração da despesa efectiva do Estado se cifrou em menos 1,6 pontos percentuais relativamente a Junho, quando se situava nos 4,3%.
Nogueira Leite considerou ainda assim que, em termos de corte de despesa, Portugal não está a fazer o que outros países na mira dos credores internacionais - como a Irlanda, Espanha ou Grécia - estão a fazer e lembrou que os impostos directos «estão a reflectir o arrefecimento da economia».
Quanto às consequências que os dados da execução orçamental divulgados na segunda-feira poderão ter na credibilidade de Portugal a nível internacional, o economista disse ser ainda «prematuro» tirar conclusões.
«É preciso ver o que vai acontecer no final do ano, ver se não vai haver desorçamentação ou dívidas por pagar», disse, salientando que «nem sempre é claro o sistema contabilístico» do país.
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