Miguel Portas reagiu, este sábado, ao desafio de Ilda Figueiredo, que incentivou os outros candidatos a abdicarem do novo salário dos eurodeputados, tal como a CDU garante que vai fazer.
«Quem escolher ser eurodeputado com salário de deputado da Assembleia da República sai mais caro ao erário público, ao contribuinte. O salário em si mesmo é de facto mais baixo [3.815], mas com o sistema actual as viagens para Bruxelas e Estrasburgo são contabilizadas não ao preço do bilhete mas ao quilómetro e não são sujeitas a imposto, porque são ajudas de custo», explicou.
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Assim, o bloquista assegurou que o salário único europeu [7.665 euros brutos] «custa menos» a Portugal, já que sairá do orçamento comunitário, para além de, findas as contas das quatro viagens por mês (Bruxelas e Estrasburgo ficam a cerca de dois mil quilómetros de Lisboa), ser mais baixo, ainda que o considera «excessivo» para Portugal.
«Eu nem fico com mais nem com menos dinheiro. Não gosto é de demagogia fácil à volta dos salários», criticou, referindo que um deputado do BE não passa a ganhar mais quando chega ao Parlamento Europeu, uma vez que a diferença vai na íntegra para o partido.
O cabeça-de-lista confessou que ainda não tomou uma opção concreta quanto ao seu salário e que só o fará depois de conversar com a direcção do BE depois das eleições. No entanto, tudo indica que optará pelo salário único europeu, assim como Marisa Matias, que sendo uma estreante não tem direito a escolher.
Miguel Portas falava durante uma visita a uma herdade na Arrábida, onde o BE vai plantar mais de cinco mil árvores para compensar as emissões de CO2 que realizará durante a campanha eleitoral. «Durante 30 anos, serão plantadas cerca de 200 árvores por ano», prometeu.
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«Todas as campanhas consomem energia e emitem carbono para a atmosfera, quer seja através dos computadores, do combustível ou do papel ¿ ainda que o nosso seja todo reciclado. Queremos desafiar os outros partidos a fazer exactamente o mesmo», indicou.
O bloquista aproveitou o momento para reagir também à notícia das acções de Cavaco Silva na SLN, detentora do BPN. «É sabido que no BPN havia muitas pessoas do círculo do PSD, quando o cavaquismo era Governo, mas até prova em contrário ainda não é pecado ter sido accionista da SLN», disse aos jornalistas.
Durante a manhã, Miguel Portas andou pelas ruas da Baixa da Banheira a apelar ao voto, mas contactou com poucos eleitores. Aos que o confrontaram, pediu para «tirarem o socialismo da gaveta» votando no BE.
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