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Kosovo: motins podem levar portugueses a intervir

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Batalhão será chamado a «intervenção musculada», se a população reagir mal às eleições de domingo

O major-general Raul Cunha, afirmou esta quinta-feira, em Prístina, no Kosovo, que se em resultado das eleições sérvias de domingo houver no território motins generalizados, como aconteceu em 2004, a força portuguesa ali destacada poderá ser chamada a «uma intervenção musculada».

«Se houver na população uma má reacção, terá que haver uma acção mais musculada», disse o oficial general português, pelo que o batalhão do Exército que integra a Kosovo Force (KFOR), presentemente em posição de reserva, terá que avançar para as zonas mais quentes da acção.

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O oficial general, que falava durante uma visita de jornalistas às forças portuguesas no território, frisou que «há planos de contingência para todas as situações, devendo a reacção da KFOR realizar-se em conformidade» com as exigências no terreno.

«Nos Balcãs tudo pode acontecer»

«Espero que não aconteça nada, mas já sabemos que nos Balcãs tudo pode acontecer», sublinhou, acrescentando que «manifestações e motins generalizados, como aconteceram em 2004, obrigarão a um reforço rápido das forças no terreno».

Raul Cunha tem uma longa experiência nos Balcãs, estando a sua carreira ligada à região desde o início dos anos 90, quando o se iniciou a guerra na ex-Jugoslávia.

Profundo conhecedor da região, o oficial general português é presentemente o chefe dos oficiais de ligação militares da UNIMIK (Missão das Nações Unidas para o Kosovo) e conselheiro militar do representante especial do secretário-geral das Nações Unidas no Kosovo.

Kosovo: reina «uma calma tensa»

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O general considera que actualmente a situação é «expectante», face às eleições sérvias de domingo, reinando no Kosovo «uma calma tensa».

«Esta expectativa não trouxe qualquer alteração às operações da força multinacional KFOR, que prosseguem com normalidade».

Uma declaração unilateral de independência é uma possibilidade, mas o general Raul Cunha considera que para que isso possa acontecer terão que ser dadas «garantias claras aos sérvios do Kosovo», para que eles aceitem permanecer no território. «A Rússia nunca aceitará tal situação e usará o seu direito de veto», garantiu o general.

O oficial português considera que o território não tem condições para aceder à independência, não tendo sequer capacidade de gerar energia eléctrica suficiente senão para dois terços das suas necessidades, o que origina prolongados cortes de electricidade todos os dias, apesar de parte da energia vir da Sérvia.

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